terça-feira, novembro 11

Avivamento ?!?


Algumas coisas, no mundo gospel, não consigo entender! A questão do reavivamento é um exemplo: Não entendo porque não refletimos sobre nossas palavras antes de pedir por um reavivamento da forma como vejo sendo pedido!
Não entendo porque crentes fiéis que lutaram contra todas as intempéries e dificuldades que o mundo os infligi, “olham” para Deus e exclamam: “reaviva, Senhor, a Tua obra!”.
Por que digo que não os entendo?
Porque não sei a que ou quem, estes estão se referindo, pois a questão de reavivar, é dar vida, novamente, àquilo que já não tem vida.
Se falam de si, não os entendo porque vejo a presença do Espírito Santo neles, os fortalecendo e edificando, não obstante todas as dificuldades encontradas.
Se falam a respeito do ministério que exercem ou que auxiliam, como por exemplo, a edificação de uma igreja local, também não consigo os compreender, pois ao notar a excelência do trabalho que estes desempenharam nos momentos mais secos de suas vidas, sou obrigado a afirmar que se não fosse a mão do Senhor sobre toda a obra e sobre a vida deles, tanto a obra quanto suas vidas haveriam perecido.
Logo, por que clamam por reavivamento os que vivem como se mortos estivessem? Porque confundem prosperidade com direção do Senhor! Simplesmente porque não estamos acostumados a passar por vales (dificuldades), é que associamos estes a falta da presença de Deus em nossas vidas e por isso pedimos por um avivamento. Entenda-se o tipo de reavivamento que o povo tem na cabeça, reavivar todo aquele estado de paz, crescimento sem barreiras, bênçãos, prosperidades de todas as formas já citadas pela nossa geração, os quais a igreja julgam ser indicadores da aprovação e presença divina do próprio criador.
Basta um pequeno vale para temerem ter perdido a presença do Espírito Santo e clamarem para que, de novo, sejamos vivificados, quando na realidade Ele nunca nos deixou.
A Bíblia cita vários homens que passaram por grandes e profundos vales, sem que isto significasse o abandono de Deus por sua obra, sem que isto indicasse qualquer desvio de conduta daquele que pelo vale passou. Jó é um exemplo! Contudo temos exemplo maior do que o de Jó:
- Diga-me quanta prosperidade havia no ato do Espírito Santo guiar Jesus Cristo ao deserto para ser tentado? Já pensou em trocar os papéis com Cristo? Imagine a Igreja no deserto a ser tentada e passando por maus bocados. Estaríamos todos chorando pedindo por um reavivamento, porque no meio de um deserto tão grande, estaríamos propensos a crer que a quantidade de provações e dificuldades que se levantaram perante nós, testificaria com exatidão que Deus nos havia abandonado e que sua obra em nossas vidas jaz morta, quando na realidade, conforme podemos verificar nas escrituras, não foi o que aconteceu com Cristo!
Por isso, meu questionamento: Por que clama por reavivamento aquele que vive? Quantos de nós afirmamos não sermos seguidores da teologia da prosperidade, contudo, quando encontramos um vale, conforme exemplificado acima, cremos que Deus nos abandonou? O que é isso, senão crer da pregação da prosperidade? Direção divina e prosperidade na maioria das vezes não se encaixam! Portanto, não se turbe o vosso coração, por Deus está permitindo que você atravesse vales. São eles que nos fortalecem e permitem que venhamos a nos conhecer profundamente.
Alego que a frase “reaviva, Senhor, a Tua obra” deveria ser alvo de profunda reflexão, antes de ser mencionada, pois quando dizemos a uma igreja que Deus tem que reavivar a obra dele naquele lugar, estamos afirmando que todos estão espiritualmente mortos, completamente afastados de Deus, sem a presença do Espírito Santo em suas vidas. E se isto ocorreu, tal lugar não pode ser chamado pelo nome de Igreja, pois a igreja é a reunião do corpo de Cristo, daqueles que receberam o Espírito Santo, ou “Não sabeis vós que sois templo de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós?”.
Penso que a grande maioria das vezes que esta frase é empregada, é feita fora do contexto sem reflexão na profundidade daquilo que se está expressando! Que venhamos a refletir nestas palavras para que a pronunciemos com exatidão se e quando necessária!
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