segunda-feira, março 29

Citação, Ellul


Devemos também lembrar de modo constante que... biblicamente, e no vago pensamento cristão, o pecado é conhecido e reconhecido pelo que é apenas depois da identificação, proclamação e experiência do perdão. Porque fui perdoado, percebo quão pecador eu era. O pecado é percebido como pecado por meio da graça, e não de outra maneira, assim como o escravo inesperadamente liberto percebe, quando vê as correntes que o prendiam, quão grande era sua miséria.

Jacques Ellul, Putnam, 400 Years, p.60.


segunda-feira, março 22

Citação, C.S.Lewis


Nós [demônios] somos realmente defrontados com um cruel dilema. Quando os seres humanos desacreditam em nossa existência, perdemos todo o resultado agradável do terrorismo direto e não mais somos mágicos. Por outro lado, quando eles creem em nós, não podemos torná-los materialistas e céticos. ... Tenho muita esperança que aprenderei, no tempo adequado, a transformar a ciência deles em emoção e em mitos, e com tal abrangência, que, na verdade, a crença em nós (mesmo que não sob esse nome) insinue-se na vida deles, e a mente humana permaneça fechada para crer no Inimigo [Deus]...
Se pudermos produzir um vez nossa obra perfeita - o Mágico Materialista... uma adoração verdadeira que ele vagamente chama de "forças", enquanto nega a existência de "espíritos"
- então, o fim da guerra estará à vista.
- de Screwtape para Wormwood.
C. S. Lewis, Cartas do Diabo ao seu aprendiz.

quarta-feira, março 17

Judas 11 (3ª Parte)


   “Ai deles! Seguem o mesmo caminho de Caim. Por causa de dinheiro, eles se entregam ao mesmo erro de Balaão. E, como Corá se revoltou e foi destruído, eles também se revoltam e serão destruídos”.


“Sempre que a vida de culto de uma igreja é permeada por falsa adoração, falsa profecia e um sacerdócio universal mal-interpretado, essa igreja será destruída. Por isso é preciso tomar cuidado”(Bibel und Gemeinde, 4/20)
A história de Corá poderia passar despercebida se não fosse sua por causa de sua rebelião no deserto.
Até se tornar opositor de Deus, Corá era apenas mais um dos inúmeros israelitas resgatados da escravidão, do vale da sombra da morte, do lugar de sofrimento a fim de ser conduzido a uma terra que mana leite e mel.
Nada foi retirado de Corá além do peso insustentável de sua escravidão! No entanto, em um dado momento de sua peregrinação rumo a terra prometida, após ter visto inúmeros milagres que muitas outras gerações nunca viram, Corá começou a “rezar sua própria cartilha”, ignorando as autoridades que guiavam o povo a terra prometida.
Nobert Lieth comenta eu seu livro “A Epístola de Judas” a rebelião de Corá do modo como descrevo no parágrafo abaixo:
Tendo conseguido seduzir 250 pessoas, levantando-se contra Moisés e Arão com as seguintes palavras: “Basta! Pois que toda a congregação é santa, cada um deles é santo, e o Senhor está no meio deles; por que, pois, vos exaltais sobre a congregação do Senhor?” (Nm 16.3) Vale lembrar que na figura de profeta, Moisés representava a própria Palavra de Deus e, como sacerdote, Arão representava o sacrifício válido perante o Senhor.
Ao questionar a autoridade física destes dois servos, Corá acaba por questionar a autoridade da palavra de Deus e do único sacrifício aceitável.
A carta toda soa como um último alerta apocalíptico sobre os pensamentos que rodeavam a geração de Judas e que caem como uma luva para nossa geração tão próxima dos últimos dias.
A carta de Judas alerta a cada cristão que  decidir seguir seus próprios caminhos contrários a palavra divina(Jd 1.11a), todos eles absortos pela sua própria cobiça(Jd 1.11b), produzirá como resposta a rebelião contra sua palavra e o sacrifício aceitável, o cumprimento profético de tudo quanto está escrito com relação aos revoltosos (Jd 1.11c) e aos santos.
A carta deixa claro que uma grande parcela que havia nascido de novo, virou a casaca e só seguia o que era prazeiroso para suas próprias vidas, descartando todo o resto.
Em nossos dias, podemos ver a mesma descrença no cumprimento da palavra profética e no modo aceitável para se achegar a Deus, pois esta geração cristã anda afirmando que:
A fé hoje é manipulada por oportunistas e por pessoas com bom intento, mas que em nada ajudam no crescimento e na caminhada cristã dos ajudados.
Até as emissoras de TV estão ‘ajudando’ na formação do cristão relativista de nossos dias, afirmando que todas as religiões possuem pontos positivos, transformando movimentos ocultistas de danças cerimoniais questionáveis e movimentos que visam alcançar o totalitarismo religioso por meio do espada, se for o caso, em religiões aceitáveis que visam religar o homem à Deus.
Do mesmo modo que Corá usou a santidade do povo para questionar o que era inquestionável (a palavra e o sacrifício aceitável), a sociedade cristã atual está usando a palavra de Deus para quaisquer finalidades que não a salvação do homem! Enriquecimento, lucro, status social, bem como, para justificar suas cobiças e adquirir o anseio de seus corações. Desvirtuamos tanto a palavra, que já atraímos para nosso meio psicopatas capazes de enganar até o mais cuidadoso servo.
A palavra e o sacrifício são questionados dia após dia em nossa sociedade e muitos já fecharam os olhos, saíram da frente de batalha e deram-se por vencidos, negando a própria fé. 

Diga-me, qual é o fim de um soldado que no meio do campo de batalha larga as únicas armas que tem e anda a esmo no alto da colina?
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Este texto está licenciado sob uma Licença Creative Commons.
Postado por Ricardo Inacio Dondoni
   

segunda-feira, março 15

Citação, Irwin H. Linton

Nada na história é mais bem estabelecido do que o fato de que os escritores do Evangelho, como também aqueles que acreditam em seus relatos e convertem-se ao cristianismo, foram por toda a vida submetidos à perseguição, às frequentes torturas e, por fim, à morte. Isso ocorreu pelas mãos dos judeus enraivecidos, pois lhes diziam que haviam matado seu Messias, e dos pagãos enfurecidos, pois lhes diziam que todos os deuses de seu panteão eram mitos, que o Pontifex Maximus (sumo pontífice) de Roma era perpetuador de logro e que o único Deus verdadeiro era aquEle que veio encarnado como judeu e morreu na cruz.
Assim, tão certo quanto a compleição humana se encolhe diante do sofrimento e da morte, também nenhum homem mentiria quando o resultado natural e único dessa mentira fosse expor-se a todas as maldades possíveis para sofrer nessa vida, e a punição de sua mentira fosse a impossibilidade da vida por vir.

Linton, Lawyers, p.231

segunda-feira, março 8

Citação, Reuben Archer Torrey


O que poderíamos pensar sobre um iniciante em álgebra que, após tentar em vão, por meia hora, resolver um problema difícil declara que não há solução possível para o problema, pois ele não pode achar nenhuma solução! [...] As dificuldades com que se defrontam as pessoas que negam que a Bíblia tem origem e autoridade divina são, de longe, mais numerosas e mais significantes do que aquelas com que se defrontam as pessoas que acreditam em sua autoridade e origem divinas.

Reuben Archer Torrey, Difficulties, pp.14-16.

quinta-feira, março 4

Judas 11 (2ª Parte)



“Ai deles! Seguem o mesmo caminho de Caim. Por causa de dinheiro, eles se entregam ao mesmo erro de Balaão. E, como Corá se revoltou e foi destruído, eles também se revoltam e serão destruídos”.
Toda a história bíblica é tecida formando uma trama perfeita do início ao fim. No entanto, nossa própria imperfeição nos torna incapazes de enxergar a preciosidade que temos em mãos.
Geralmente, não conectamos as partes e não analisamos sua importância para o todo. A atual sociedade cristã busca e vive a vida cristã na base de versículos sortidos, sendo que em sua grande maioria perfazem um conjunto de auto-ajuda espiritual que nada tem a ver com o sentido original para o qual foram escritos.
Ler a carta de judas é contemplar um desafiador cenário exposto por seu autor, alinhavando os acontecimentos do passado com o presente, vislumbrando as consequências futurísticas das decisões tomadas hoje.
Depois de expor o caminho de Caim, a epístola traz à memória o erro de Balaão. E quem de nós pode afirmar desconhecê-lo?
Balaão era reconhecido como um grande profeta em seu tempo. Não pertencia a Israel, mas, tinha por Deus, o Deus de Israel.
A eficácia de suas palavras eram reconhecidas pelos povos locais: Era o homem que segundo o parecer divino podia abençoar ou amaldiçoar as pessoas.
Balaão se deixa seduzir pelo dinheiro, pelos bens e riquezas amaldiçoando o povo a quem Deus predisse a benção.
Num breve resumo, Balaão seduzido e corrompido pelo dinheiro usou de seu conhecimento para trazer ao arraial praga e juízo a Israel. Não porque Balaão odiava a Israel, mas sim porque amava o dinheiro. Pelo dinheiro, ele trocou tudo o que tinha e acabou por perecer tragicamente.
Relembrando que Judas não almejava escrever nada do que está escrito nesta epístola, antes, segundo suas próprias palavras, foi obrigado a fazê-lo, talvez, porque a vida cristã de seus contemporâneos denotava apego maior com as coisas físicas (bens, riquezas e status social) do que com as coisas espirituais, semelhante a nossa própria geração.
Balaão tornou-se um profeta do erro, que conhecendo a verdade e a ordem divina, optou por negligenciá-la e trocá-la por seus próprios interesses.
A questão era tão simples! Como Balaão pôde errar tão grotescamente? Ora, de um lado temos Deus falando acerca de Israel: “Benditos os que te abençoarem e malditos os que te amaldiçoarem” e do outro Balaque afirmando que lhe pagaria muito bem se amaldiçoasse Israel.
De um lado um Deus onipresente, onipotente e onisciente. Do outro lado, um ser humano falível.
Somente um louco iria aceitar a oferta feita por Balaque!
Balaão trocou todas as bem aventuranças eternas pelas temporais.
A oferta de Balaque continua de pé em nossos dias e muitos se deixam seduzir pelas ofertas de lucro, riquezas e status, fazendo uma interpretação pessoal das escrituras, distorcendo a palavra de Deus ao ponto de viver pelo dinheiro, para ter dinheiro, acumulando-o como se o dinheiro fosse a solução para todos os problemas da sociedade vigente.
Sem compreender a própria atitude, acabam por louvar ao dinheiro e a dar-lhe status de um deus capaz de governar vidas. Com isso, dão onipotência ao dinheiro para resolver todos os problemas de suas vidas.
Balaão confiou na oferta escassa e temporária de um homem que não podia cumprir com sua própria palavra se Deus assim não lhe permitisse. Acabou seus dias buscando riquezas e não ao Deus vivo.
Certamente, quem lê há de concordar com as escrituras: - Temos que nos contentar com o nosso soldo (Lc 3.14) e a todo instante não colocarmos nossa confiança no dinheiro, muito menos tecer um profundo amor por ele (1ª Tm 6.10), afinal de contas recebemos na justa medida (Mt 6.33).
Infelizmente, assim como Balaão, alguns nunca foram apresentados ao verdadeiro evangelho e tecem caminhos sinuosos em prol de riquezas, bens e status, crendo que o cristianismo resume-se a busca pela satisfação pessoal ao invés da salvação de nossas almas.


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Postado por Ricardo Inacio Dondoni

segunda-feira, março 1

Judas 11 (1ª Parte)






Ai deles! Seguem o mesmo caminho de Caim. Por causa de dinheiro, eles se entregam ao mesmo erro de Balaão. E, como Corá se revoltou e foi destruído, eles também se revoltam e serão destruídos”.
Uma das coisas mais interessantes na carta de Judas é a afirmação implícita de que o homem continua a cair nos mesmos erros e pecados por descuido, falta de zelo, desconhecimento de sua própria natureza, imaturidade e corrupção. Se estas qualificações não bastarem, poderíamos citar outras inúmeras que descreveriam tão bem quanto estas a natureza do homem caído.
Judas resgata o passado da história humana e a imutabilidade dos valores divinos. Ora, se Deus que é o mesmo ontem, hoje e sempre agiu de forma como as escrituras nos afirmam no passado, por que aqueles que conhecem a história estão menosprezando o conhecimento adquirido através das escrituras? Por acaso, Deus mudou ou perdeu o poder para agir?
De certa forma, o livro de Oséias responde aos questionamentos acima: “O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento. Porque tu, sacerdote, rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos.”
Pois bem , no contexto específico trata-se de uma mensagem direta a Israel e aos seus líderes, no entanto, como aplicação geral cabe a cada um de nós por meio do sacerdócio universal delegado a todos aqueles que estão em Cristo.
Para Judas não há nada mais fidedigno do que o cumprimento da palavra profética. Se Deus prometeu, Ele irá cumprir. Seu discurso está pautado na simplicidade desta afirmação!
Esse é o motivo de evocar o erro de Caim. O caminho de Caim descrito pelas escrituras está se repetindo bem diante de nossos olhos e muitos estão o seguindo sem ao menos questionar aonde ele os levará. Pois bem, a estes Judas recorda: “Este caminho leva a perdição!”.
Caim deixou a ira tomar conta de si a ponto de descair-lhe o semblante.
Caim ofertou a Deus segundo o seu próprio coração, ao invés de ofertar em conformidade com o conhecimento que possuía, a saber, o derramamento de sangue que aplacava a ira divina (Gn 3.21) e prefigurava o sacrifício expiatório de Cristo.
Mesmo sendo alertado sobre o caminho o qual estava prestes a trilhar, Caim continuou seu próprio caminho (Gn 4.7-8), virando as costas as advertências divinas.
Ele ignorou as palavras de aviso: “...o pecado jaz à porta; o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo.” (Gn 4.7b)
Muito embora toda a geração de Caim tenha se perdido pelo dilúvio, a mensagem que a ele foi proferida pelo próprio Deus encontra ressonância audível à nossa geração.
Quantos de nós, sinceramente, podemos afirmar que as palavras de Deus a Caim, “...o pecado jaz à porta; o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo.”, não caem como uma luva sob o homem moderno, onde o pecado está a um passo, aguardando apenas que o homem baixe sua guarda?
Este foi o último aviso de Deus a Caim. Após o evento, Caim opta pelo caminho errado e decide relebar-se contra a autoridade divina que não aceitou ser louvado da forma como Caim intentava proceder.
Nossa geração não tem idéia de qual será o último aviso Deus a ela, mas nos é possível saber o que acontecerá após o último aviso, o período tribulacional.
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Postado por Ricardo Inacio Dondoni

Citação, H. L. Hastings


Os infiéis, por dezoito séculos, refutam e desbancam esse livro, mas mesmo assim ele permanece hoje tão firme quanto uma rocha.
Sua circulação cresce, e ele é mais amado, prestigiado e lido hoje do que em qualquer outra época...
Quando o monarca francês propôs a perseguição dos cristãos [...], um velho estadista e guerreiro disse-lhe: "Senhor, a Igreja de Deus é uma bigorna que destruiu muitos martelos". Assim, os martelos dos infiéis estão procurando destruir esse livro há muito tempo, mas os martelos estão gastos, e a bigorna ainda resiste.
Se esse não fosse o livro de Deus, os homens já teriam o destruído há muito tempo.
H. L. Hastings citado em John W. Lea,
The Greatest Book in The World (Filadélfia)
, pp.17-18.
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