quinta-feira, janeiro 29

Citação, A. W. Tozer

Se eu entendo bem as coisas, a cruz do evangelicalismo popular não é a cruz do Novo testamento. É, antes, um novo ornamento brilhante que repousa sobre o peito de um cristianismo carnal e seguro de si...

A velha cruz matava homens; a nova cruz os entretém. A velha cruz condenava, a nova cruz os diverte. A velha cruz destruía a confiança na carne, a nova cruz a estimula...

A carne sorridente e confiante, prega e canta sobre a cruz; diante dessa cruz ela se curva e para essa cruz aponta com uma teatralidade cuidadosamente ensaiada - mas sobre essa cruz ela não morrerá, e ela se recusa teimosamente a suportar a vergonha dessa cruz.

A.W.Tozer, Man: The Dwelling Place of God (Christian Publications, 1966), p. 72

quarta-feira, janeiro 28

Cometendo os mesmos erros...


A Verdade Espiritual e Bíblica não pode ser pautada pela questão da funcionalidade. Nem sempre algo que funciona é aprovado por Deus!
As ações divinas não estão pautadas na funcionalidade de ações empregadas dentro de um sistema capitalista, onde o único desejo das pessoas é ter, possuir e adquirir tudo aquilo que seus corações desejarem.
Nos tempos de Oséias, Deus foi obrigado a decretar sua palavra contra seu povo, pois todos haviam se corrompido. Pautavam-se pela funcionalidade, praticidade e porque não dizer, até pela indepedência da proteção divina caracterizada pelo acúmulo do carros, cavalos e todo tipo de arma de guerra que Uzias pode juntar.
Para demonstrar de forma clara o que estava sendo feito, Oséias foi ordenado a casar-se com uma prostituta e não responder a mesma altura dos atos praticados por ela, ou seja, não importava o quanto ela não lhe fosse fiel, ele deveria continuar a ser.
É óbvio que o povo não entendeu que eles prefiguravam a prostituta, aliás, não quiseram entender que Deus estava os julgando e taxando-os por promíscuos, infiéis, desdruidores da aliança e do pacto que há tanto tempo havia sido estabelecido.
Tudo isso porque olharam ao redor e viram a grande fase em que vivia Judá, por causa dos dias de Uzias, colocando sua confiança nas riqueza e na materialidade de seus bens. Pautaram-se pela funcionalidade das coisas.
A história deste casamento de Oséias é conhecida! Por causa da prostituição, sua esposa andou errante tendo o pior que a terra pudesse lhe dar, exatamente como Israel anda em nossos dias, sofre penosamente, cercado por todos os lados, sua voz não é ouvida, raquel chora pela morte de seus filhos e não há quem a console. Contudo, no fim dos tempos Israel será restaurado, assim como foi restaurada a esposa infiel, "...eis que eu a atrairei, e a levarei para o deserto, e lhe falarei ao coração." Os 2.14, contudo, todos aqueles que não andaram nos caminhos corretos terão perecido por seus próprios erros...
Em nossos dias, a carta de Laodicéia afirmar que o mesmo padrão de funcionalidade que existiu no reino de Uzias, que levou Israel a beira de uma grande apostasia esta se levantando novamente, levando a Igreja a um tipo de apostasia, semelhante a descrita por Paulo, alinhada com a expectativa bíblica da última Igreja sobre a face da terra, Laodicéia.
Em nossos dias, o homem não se pauta mais pela correção do Espírito Santo ou, ainda, em ser grato pela salvação em Cristo. A carta de Laodicéia descreve homens cheios de si, que acreditam possuir todas as coisas não lhes faltando nada. Infelizmente, a carta revela que o único que não poderia ser excluído do seio da Igreja, o foi, Jesus Cristo, batendo na porta para entrar na Igreja que foi formada para lhe render honra e glória.
Estamos caminhando para cometer o mesmo erro que Judá cometeu nos tempos de Uzias sob o alerta do profeta Oséias, a apostasia.
A Igreja não foi criada para ser governada, pautando-se pela funcionalidade, mas sim, pela aplicação da verdade absoluta em Cristo Jesus, tendo ele como centro, objetivo e fim.
Nem sempre o que funciona, engrandece um ministério, ou, ainda, o que lota uma igreja vem de Deus, basta remeter nossos olhos aos alertas de Deus ao povo de Israel por meio do profeta Oséias após o reinado de Uzias e veremos que além de Deus julga o procedimento errado, Ele alerta e estabelece um tempo para que tenhamos possibilidade de arrependimento e retorno as práticas corretas que, uma vez, negligenciadas, geram o juízo.
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terça-feira, janeiro 27

Citação, C. S. Lewis


Nosso negócio é colocar o que é atemporal (o mesmo ontem, hoje e amanhã - Hebreus 13.8) na linguagem peculiar de nossa própria era.

O mau pregador faz exatamente o oposto: toma as idéias de nossa própria era e as escamoteia na linguagem tradicional do cristianismo.

C.S.Lewis, Mere Christianity (MacMillan, 1952), p. 114

[C.S.Lewis, Cristianismo Puro e Simples(ABU Editora)]

segunda-feira, janeiro 26

Funciona ou Não Funciona?

Oh dia! Oh relatividade! Oh Céus!
Eu sou um daqueles que tem prazer na lógica, no raciocínio e na argumentação, mas isto não me faz enveredar pelo ramo científico da análise da verdade pela comprovação através da experimentação para ver se de fato os reagentes produzem os produtos sugeridos.
Ao contrário de outros, não creio que a lógica e o raciocínio possam ser responsabilizados pela incredulidade dos homens a respeito da veracidade bíblica.
Na verdade, creio que o raciocínio e a lógica têm papéis importantes no entendimento do plano divino, pois se não fôssemos seres capazes de raciocínio lógico e eficiente, nenhuma porção da escritura nos seria útil para revelar o plano da salvação. Simplesmente, veríamos as escrituras como qualquer leigo vê uma obra de arte surrealista em uma galeria. Tudo muito bonito, mas, muitas das vezes, incompreensível até para seu próprio autor, tal como o filósofo Platão afirmava ao dizer que o próprio autor das obras de arte, muitas das vezes, não tem a mínima noção do que acabou de fazer, demonstrando que aquilo que parecia ser sabedoria, não era o saber.
Não serão o uso da lógica e do raciocínio, os culpados por negligenciarmos as escrituras, e sim, o desuso dos mesmos, aliás as escrituras afirmam isso, "Diz o insensato [diz-se de quem tem falta de senso ou razão] no seu coração: Não há Deus".
A lógica e o raciocínio afirmam por meio da revelação das ordenanças divinas que as conseqüências de não seguirmos os padrões bíblicos sempre são catastróficas, mas o desuso deles faz com que o homem negligencie a Bíblia e prime por novas interpretações, novos padrões que visam novos anseios, humanizando o que é divino, desconstruindo a verdade para adequá-la àquilo que queremos ouvir ou, ainda, ao que querem que ouçamos.
De um lado a sociedade que necessita que Deus não venha a existir e por isso afirma que toda e qualquer religião é ilógica, do outro lado alguns manipuladores, homens réprobos e duros de coração, lobos vorazes praticando um “achismo” empresarial, onde as medidas não estão relacionadas a certo e errado, verdadeiro ou falso, mas pautam-se pela questão da funcionalidade: funciona ou não funciona.
Se a Bíblia fosse pautada pela questão empresarial do funciona ou não funciona, Moisés não teria aberto o mar vermelho erguendo a mão sobre ele. Isto, simplesmente, não funciona na visão humanística! Aliás, nenhum dos milagres realizados por Deus, através de Moisés, teriam sido concluídos e Israel ainda seria um povo escravo até os dias de hoje, mas a lógica do raciocínio bíblico afirma, expressamente, que se Deus decretou fazer alguma coisa, ele o fará e, se por acaso, determinou um padrão a ser seguido, é prudente praticá-lo. Louco, ilógico e irracional é não ouvir a voz do Espírito que clama à totalidade das Igrejas dizendo: arrepende-te enquanto há tempo! Quem ouve esta voz, encontra-se no meio deste grande conflito entre lobos vorazes e ateus sem razão. Nas escrituras, eles são reconhecidos como o remanescente de Deus que não se vendeu ao falso evangelho..
Tanto a lógica e o raciocínio bíblico aliam-se a fé, todos a uma só voz reverberam um aviso. “As escrituras não são pautadas pela funcionalidade, mas sim, pela verdade”. Esquecer que a Bíblia propõe-se ser a verdade absoluta é desconsiderar a proposta divina, trocando-a por uma proposta humana e falível, talvez, até funcional, na ótica humana, mas que nunca estará capaz de produzir todos os efeitos da proposta divina como, por exemplo, a salvação!
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quinta-feira, janeiro 22

Citação, Andrew Murray


O Ego é nossa maior maldição. Graças a Deus, porém, Cristo veio redimir-nos do ego.
Aí você tem a razão pela qual muitas pessoas oram pelo poder do Espírito Santo, e até conseguem algo, mas muito pouco! Isso porque oram pedindo poder para o trabalho, e o poder para a benção, mas não oram pelo poder que as liberte, plenamente, do ego.
Andrew Murray, Absolute Surrender (Moody Press), pp 26-27.

Ad Compositio


Esta falácia é bastante casual em nosso meio, pois algo que era verdade para uma geração anterior a nossa, já não é verdade a nossa geração! Acalme-se, não estou falando da palavra de Deus. Esta continua sendo verdade absoluta e irrevogável a qualquer geração.
Falo a respeito das instituições religiosas. Há tempos atrás, era possível afirmar que se uma determinada Igreja era excelente para congregar-se em virtude da palavra de Deus ser pregada de forma fidedigna, em conseqüência todas as igrejas daquela denominação seriam ótimas igrejas, todas elas, fiéis a palavra de Deus.
Hoje, não podemos afirmar isso! Possuo amigos em pelo menos 07 (sete) igrejas de diferentes denominações e todos afirmam que não podem indicar qualquer igreja de sua denominação como uma igreja fiel a mensagem cristã.
E para dizer a verdade, em nossos dias, dentro das denominações, existe uma miscigenação enorme de doutrinas. Existem igrejas batistas wesleyanas, batistas Calvino-wesleanas, do Nazareno Armínio-Calvinistas, bem como, Assembléias de Deus das mais diversas modalidades, de Ultra-Calvinistas a Hiper Armínio-Wesleyanas.
Dentro deste exemplo, tornou-se uma falácia afirmar que a parte representa o todo.
Tornou-se, extremamente, necessário, para o bem daqueles que vão sendo salvos, que aqueles que se encontram despertos, sejam responsáveis com as vidas que foram entregues em suas mãos. Falo destes que cruzaram nossos caminhos, às vezes, como um singelo “oi”, dentro ou fora das paredes denominacionais.
Não falo de uma corrida denominacional, pela aquisição de membros. Tal corrida é prejudicial ao corpo! Para o bem destes que se juntam as denominações, compondo a igreja visível, é imprescindível que os despertos, hajam em benefício deles, pois nenhum deles almeja participar mais da igreja visível do que da igreja invisível, da qual estaremos cientes da composição de sua membresia no encontro com Cristo nos ares.
É desta igreja que todos queremos participar. Que sejamos responsáveis com aqueles que cruzarem nossos caminhos...
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terça-feira, janeiro 20

Citação, A. W. Tozer

A verdadeira fé exige que creiamos em tudo que Deus disse sobre Si mesmo, mas também que creiamos em tudo que Ele disse sobre nós.
Até que creiamos que somos tão maus quanto Deus diz que somos, jamais poderemos crer que Ele fará por nós o que promete fazer.
É, exatamente, aqui que desmorona a religião popular.

segunda-feira, janeiro 19

Pragmatismo Religioso


Basta tecermos a definição de Pragmatismo segundo o dicionário Aurélio para que entendamos que pragmatismo aliado a religiosidade não gera nada que nos seja útil, quando temos em mente como útil, aquilo que defende a causa cristã.
Segundo o Aurélio, pragmatismo pode ser conceituado como tese fundamental de que a verdade de uma doutrina consiste no fato de que ela seja útil e propicie alguma espécie de êxito ou satisfação. Logo, o pragmatismo religioso cristão estaria ligado à crença de que a doutrina cristã consiste na necessidade dela ser útil, propiciando êxito e satisfação aos seus ouvintes.
Que êxito? Que satisfação? Segundo os pensamentos vigentes de nossa sociedade, todas essas coisas estão ligadas às necessidades físicas, aliás, aos interesses do Ego, pois já não há ninguém que busque necessidades e sim interesses.
Dentro da ótica pragmática, tudo aquilo que não for útil ou relevante, àquilo que desejo e anseio, deve ser descartado. Daí, surge a linha interpretativa da teologia da prosperidade, do evangelho positivista, da libertação, que descarta partes das escrituras que contradizem àquilo que quer crer e fica com aquilo que convém.
Tal posicionamento é o mesmo utilizado pela Igreja do “Arco-Íris”, onde se prega a Bíblia descartando àquilo que é contrária a crença do grupo, neste caso específico, as advertências quanto à questão da homossexualidade.
O mesmo ocorre com a Catedral Cristalina de Robert Schüller, onde se prega o evangelho positivista, excluindo-se tudo aquilo que não for positivo. Não preciso nem mencionar que a questão do pecado foi a primeira a ser descartada neste evangelho.
O pragmatismo religioso está focado na necessidade do homem adequar a palavra de Deus ao egocentrismo humano. Nossa geração não quer ter como regra de fé um livro chamado de Bíblia, onde quanto mais contextualizados forem os versículos, maior será a importância do texto. Antes, prefere fazer desse livro um emaranhado de versículos sortidos, de modo a selecionar versículos que, isoladamente, deem preferência a uma interpretação positiva, mesmo que o contexto original, seja, completamente, diferente deste. Uma vez, tendo transformado a palavra de Deus num livro de provérbios chineses onde selecionamos o que nos for mais agradável, o que teremos como resultado final disto? A salvação do Homem ou aquilo que está escrito em Apocalipse 22.19 (“e, se alguém tirar qualquer coisa das palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte da árvore da vida, da cidade santa e das coisas que se acham escritas neste livro.”)? E ainda dizem que ler não salva vidas!
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quinta-feira, janeiro 15

Citação, Charles Colson


"... mas enquanto milhoes de americanos, eu mesmo entre eles, oram fervorosamente por reavivamento, precisamos nos perguntar se estamos pedindo que Deus salve nossa sociedade, a nós mesmos, ou nossas almas...
O problema real é que nós, crentes, não estamos dispostos a aceitar o evangelho como ele é. Ele não nos diz como salvar qualquer outra coisa além de nossas almas".
Colson, Who speaks?. pp 151-152.

quarta-feira, janeiro 14

AD DISCIDIUM (Da Divisão)


Esta falácia assume que o verdadeiro para o todo é verdadeiro para as partes ou, ainda, para alguma parte em questão. Uma apropriação indevida de alguma qualidade ou deficiência com o intuito de adquirir para si ou para outrem uma qualidade ou deficiência que não lhe é inerente.
Esta falácia é comum no meio acadêmico/profissional, onde as pessoas não são qualificadas pelo que são, mas sim, pelo centro de formação que os formaram, adquirindo para si as qualidades ou as deficiências do centro de formação no qual receberam o conhecimento.
Para um bom profissional, este falácia não irá o ajudar em nada, pois suas qualidades não serão atribuídas a si, mas sim, ao centro de formação no qual foi diplomado. Aliás, a um bom profissional esta falácia pode até prejudicar, se este tiver se formado por um centro educacional "meia boca".
Para um mau profissional, será um excelente meio de adquirir status acima da média através da conclusão do curso por um centro de formação de renome, obtendo status superior àquele que lhe seria inerente.
Esta falácia é, igualmente, válida quando tentamos qualificar uma parte pelo que o todo deveria ser. Exemplo: “Todo crente é confiável, tem palavra!”.
Houve uma época em que “crente” era sinônimo de pessoa com boa índole, símbolo de honestidade, integridade e confiabilidade. É óbvio que hoje, a palavra adquiriu status, diametralmente, oposto àquele.
Aquilo que uma determinada geração cria poder afirmar sobre a característica daquele que se encontra entre quatro paredes eclesiais, já não é mais plausível a nossa geração. É óbvio que nem naquela época era possível dizer isto acerta de todos os que se congregam, mas aqueles que não se enquadravam dentro do padrão de moral acima da sociedade, compunham a exceção à regra. Hoje, parece ocorrer, justamente, o contrário. Os que andam em conformidade com as escrituras espelhando a natureza do novo homem, compõem a exceção.
Uma pena que, logo, nossa geração seja a que está melhor cumprindo alguns trechos específicos da palavra profética como, por exemplo, “Ai do mundo, por causa dos escândalos; porque é inevitável que venham escândalos, mas ai do homem pelo qual vem o escândalo!” Mt 18.7...
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terça-feira, janeiro 13

Citação, Dave Hunt


Se os executivos da Avenida Madison estivessem interessados em atrair pessoas para a vida Cristã, enfatizariam seus aspectos positivos e gratificantes...
Infelizmente, nós que vivemos no ocidente estamos tão condicionados a este tipo de pensamento (e precisamente a este tipo de evangelismo ou técnica de vendas cristã) que ficamos quase chocados ao constatarmos que o primeiro grande princípio do Cristianismo é negativo.
Não se trata, como alguns indicam: "Venha a Cristo e todos os seus problemas desaparecerão". É como o próprio Senhor declarou: "Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome sua cruz e sigam-me"
Hunt, Sedução do Cristianismo, p.14

segunda-feira, janeiro 12

Coisas Importantes!


Que coisas são relevantes em nossas vidas? Esta resposta daria uma boa salada de frutas, pois responderíamos de acordo com o conceito de relevância entendida e compreendida por cada um de nós, destoando às respostas uma das outras por razões, obviamente, egocêntricas.
As coisas relevantes a um cristão moderno não são as mesmas que foram importantes aos apóstolos e os pais da Igreja, salvo alguns poucos que lutam contra todo o sistema contrário as escrituras. A relevância pregada nos dias atuais está nos seduzindo através do desejo de nossos corações em agradar seu mais fiel ouvinte, nosso ego, o próprio 'Eu'.
Ter a noção exata do que é relevante ao evangelho não é sinônimo de ser quadrado, careta ou, ainda, ultra-ortodoxo. A questão é ser ou não ser Cristão!
Estar Cristão é fácil, mas ser é, impossível, sem que sejamos transformados e capacitados para tal.
É óbvio que ninguém deveria chamar a si mesmo de Cristão sem que resolvesse seguir, ou, ainda, esmerar-se em seguir a causa cristã, mas a desenfreada corrida pela evangelização banalizou a conversão. Alguns nem sabem ao que se converteram, por não receberem a Palavra completa.
Tenho certeza que se não tivesse nascido de novo numa igreja “temporã” Pentecostal, no meio dos primeiros frutos neo-pentecostais, qualquer um diria que sou fruto de uma igreja ultra-tradicional, pelas temáticas que costumo delinear, mas o que fez de mim o que sou hoje, foi a leitura das escrituras, creditando-a como digna de fé.
Infelizmente, não só a Igreja na qual nasci, mas eu também me sinto um fruto temporão, gerado bem fora da época, o que acaba por acarretar no anseio de primar pela fidelidade das escrituras em meio ao mar de incertezas no qual as pessoas do presente século navegam sem anseio por encontrar terra firme.
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quinta-feira, janeiro 8

Citação, J. Sutherland & P Poelstra


"Muitas vezes nos perguntam se somos 'psicólogos cristãos', e temos dificuldade de responder, pois não sabemos o que a pergunta implica. Somos cristãos que são psicólogos, mas no presente momento não há uma psicologia cristã aceitável que seja, marcantemente, distinta de uma psicologia não-cristã.
É difícil sugerir que funcionamos de maneira, fundamentalmente, distinta de nossos colegas não-cristãos. Há uma odontologia cristã, ou, cirurgia cristã, ou história ou gramáticas cristãs?
... ainda não existe um teoria, um modo de pesquisa ou metodologia de tratamento aceitável [na psicologia] que seja distinta aos cristãos"

J. Sutherland & P. Poelstra, Aspects of Integration,
Monografia apresentada à Associação Oeste de Cristãos em Prol dos Estudos Psicológicos,
Santa Bárbara, Califórnia, junho de 1976.

quarta-feira, janeiro 7

AD LOGICAM

A partir de hoje, estaremos publicando uma falácia por semana, toda quarta-feira.
Esta falácia é uma das mais interessantes, pois ao contrário das outras que são caracterizadas por argumentos falhos que tornam falhas as conclusões, esta falácia é caracterizada por argumentos considerados impróprios na tentativa de sustentar uma conclusão verdadeira, que segundo o interlocutor, pode ser sustentado por um argumento mais eficaz.
Fico impossibilitado de desconsiderar a conclusão, refutando-a por falso, pois em si a conclusão é verdadeira, a lógica que tenta a sustentar é que é considerada equivocada.
Isto ocorre, por exemplo, quando alguém afirma que encontrou uma maneira mais fácil de simplificar as frações e exemplifica através da fração 16/64, dizendo que ao cortar o seis (6) do denominador com o seis (6) do numerador encontra a fração ¼. A lógica é falha, mas o resultado não deixa de ser verdadeiro.
O mesmo pode ser aplicado dentro de qualquer questão eclesiástica, como por exemplo, quando ocorre a seguinte colocação:
“Eu tenho o Dom ‘X’ por isso sou batizado no Espírito”
Digamos que cristãos de linhas doutrinárias diferentes estejam participando desta conversa. Pois bem, aquele que proferiu a frase pode ser, realmente, batizado no Espírito conforme diz, mas se a frase é analisada por uma linha doutrinaria diferente da linha daquele que profere a frase pode ser considerada como falácia, em virtude da interpretação doutrinária da outra linha em questão não considerar esta uma sustentação válida. Como por exemplo, se alguém crê que determinado dom não indica se alguém é batizado ou não no Espírito, mas crê que aquele que é batizado no Espírito deve demonstrar o “fruto do Espírito” descrito em gálatas, para este cristão, em específico, a análise da frase é falaciosa, pois ele entende que seu interlocutor usou de uma falácia, um argumento falho e incapaz de sustentar àquilo que se propõem, podendo ser sustentado por outro argumento melhor qualificado para isto, segundo sua própria consideração sobre a questão sob análise.
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terça-feira, janeiro 6

Como pode?



O resultado do teste só prova-me que o teste não prova nada! Era de se esperar que o teste fizesse sobressair um nome sobre os demais, o que, realmente, ocorreu.
O que não se esperava era o fato de todos os pensadores cristãos que divergiram em determinados pontos em suas crenças, perfizessem cada um deles um mínimo de 60% de minha própria concordância com todos eles.
Este teste somente indica que determinado pensamento de estimado pensador interage com o seu ou não, mas em hipótese alguma, podemos dizer que concordamos 100%, 92%, 83%, 75%, 67% ou, ainda, 50% com todos os pensamentos daquele pensador cristão.
Antes, apenas concordamos com o pensamento selecionado pelo criador da enquete, que nunca qualificará e caracterizará o pensador como um todo.
Enfim, ..., rs, ..., não sou Karl Barth, e nenhum dos demais. Tenho ciência que não concordo em tudo e não discordo em tudo dentro das proporções mencionadas pela enquete.
Geralmente, uma obra biográfica dos autores revela muito mais acerca destes pensadores do que umas poucas frases selecionadas a fim de os qualificar...
Tudo tem o seu valor, mas creio que a finalidade da enquete não é a de identificar a interação com determinado pensador, mas sim, unicamente, com determinado pensamento de selecionado pensador. E isto, nunca o definirá, nem suas crenças, nem seu modo de viver e interagir com o evangelho... Nem a ele, nem a nós...

Citação, William Law


"Se você, simplesmente, parar e se perguntar por que seu tipo de cristianismo mal se pode associar àquele conhecido pelos cristãos primitivos, seu próprio coração lhe dirá que é, primariamente, porque nunca planejou, sinceramente, viver como eles viveram e morrer como eles morreram...
Se você tivesse ao menos esta intenção de agradar a Deus em todas as suas ações, como se fosse a melhor e mais feliz escolha para a vida neste mundo, então você se descobriria tão indisposto a negar a Cristo com sua vida quanto está agora indisposto a negá-lO com seus lábios.
E se a essa intenção você, simplesmente, acrescentasse uma fé simples nas promessas de Deus em Cristo, você se descobriria vivendo na mesma negação do eu e sendo tão contrário ao mundo quanto os pescadores apóstolos fizeram em sua época."
Law, Spirit, p.183

segunda-feira, janeiro 5

Apatia por todos os lados


“A apatia está por toda a parte. Ninguém se preocupa em verificar se o que está sendo pregado é verdadeiro ou falso. Um sermão é um sermão, não importa o assunto; Só que, quanto mais curto, melhor.”
Charles Haddon Spurgeon

Creio que Spurgeon não imaginava que as palavras de alerta, contra a tendência crescente ao descaso com a palavra de Deus, proferidas contra sua própria geração, cairiam como uma luva, para uma geração mais de 100 anos após a sua.
Infelizmente, suas palavras soam e reverberam pelos quatro cantos da igreja de Deus de forma desagradável, rinhenta e contínua, alertando a geração seguinte sobre os frutos que sua própria geração plantou para entregar a nossa. Frutos, estes, que acabamos por colher satisfeitos com os resultados obtidos.
A apatia anda por toda a parte! Antigamente, as pessoas ansiavam por serem batizadas devotando suas vidas a causa cristã. Hoje as coisas andam bem diferentes!
Ao contrário dos Cristãos da Igreja Primitiva que ao serem integrados ao corpo de Cristo de determinada Igreja, dispunham seus lares, propriedades, conhecimento, sabedoria, ..., inteligência e recursos, devotando a plenitude de sua vida a causa cristã. Nós, cristãos do Século XXI estamos ávidos por participar de festas, confraternizações, shows, humor gospel, todo e qualquer tipo de entretenimento, desde que meu único compromisso seja o de estar presente, nada mais, nem, além disto.
Nenhum envolvimento, nenhum compromisso, nenhuma fidelidade. Para falar a verdade, nossa geração consegue ser, completamente, paradoxal, conforme o Pastor Ciro Sanchez Zibordi afirma em um de seus vídeos. Parafraseando-o, “afirmamos que a parte mais importante do culto é a pregação, mas é a que menos tempos disponibilizamos”. Inclusive, apesar de ser a parte mais esperada, a pregação é a parte do Culto em que as pessoas anseiam pela brevidade, talvez, por estarem cansadas, mas seja lá qual for o motivo, anseiam que este passe logo. Não importa o conteúdo e teor da mensagem, importa que ela acabe logo.
Difícil ler as palavras de Spurgeon sem, perplexamente, olhar as mesmas características nesta geração.
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sábado, janeiro 3

Citação, Oswald Chambers

"Somos predispostos a imaginar que se Jesus Cristo nos constrange, e nós Lhe obedecemos, Ele nos conduzirá a um grande sucesso. Nunca podemos colocar nossos planos de sucesso como o propósito de Deus para nós; Seus propósito pode ser, exatamente, o contrário...
Seu propósito é que eu dependa dEle e de Seu poder hoje... se percebermos que o fim é a obediência, então cada momento será precioso à medida que passar".
Chambers, Utmost, p. 210.

sexta-feira, janeiro 2

Sistemática de Publicação


Este blog, a partir desta semana, está adotando a seguinte sistemática de publicação

Segunda - Postagem de Artigo Comum;
Terça - Postagem de Citação;
Quarta - Postagem de Artigo Argumentativo;
Quinta - Postagem de Citação;
Sexta - A Cargo do Editor do Blog.

Festas e Livrarias...


Nestes dias de festas, fui com minha esposa passear no shopping e entrei em uma das muitas livrarias evangélicas abarrotadas de pessoas.
Confesso que não entrei na livraria em busca de comprar alguns livros. Geralmente, faço minhas compras através da internet, onde analiso os livros, os comentários sobre eles e os compro ou não. Não adianta nada pedir uma referência ao vendedor, pois este, só lê o que lhe interessa e só indica material de péssima qualidade, ou seja, o mais vendido.
O que eu, realmente, queria saber, eram quais os livros estavam em voga, quais os mais procurados, os mais vendidos, aqueles que estão enchendo as prateleiras evangélicas e aqueles que estão ausentes delas.
Comprovei o que tanto escrevo,..., somos consumidores compulsivos da realidade capitalista egocêntrica.
Os livros relacionados a fama, riquezas, prosperidades, vitórias e sucessos, empilhados uns sobre os outros nos pontos chaves das lojas, como mel para abelha, com todos os cartazes indicando e orientando a compra destes “best-sellers”, tão pouco, cristãos.
É óbvio que a livraria estava cheia de livros de auto-ajuda e de psicologia, nos quais os autores utilizam o apelo à autoridade (falácia Ad Verecundiam), para justificar o uso da psicologia mesclando-a aos ensinos cristãos.
Como, atualmente, pouquíssimos leem um livro orientado a julgá-lo a fim de reter somente o que for bom, compram o livro com o intuito de fazer dele sua nova regra de fé e prática, o que os tornam, extremamente, perigosos para cristãos nominais.
Cristãos nominais é o melhor termo que posso usar para descrever a atitude imatura de crer que tudo é bom sem questionar e julgar todas as coisas que ouvem, são nominais porque a atitude dos cristãos históricos era, diametralmente, oposta a destes que tornam uma literatura criada nesta geração superiora aos escritos bíblicos inspirados por Deus.
Infelizmente, assuntos importantes tais como arrebatamento, santidade, e excelência cristã estão em falta. Não os encontrei! Devem estar bem escondidos! Simplesmente, não se encontra nas livrarias cristãs aquilo que não vende. Principalmente, naquelas mais adequadas a nossa geração consumista.
Por isso compro pela internet! As pérolas de sabedoria cristã estão encalhando nas grandes editoras e sendo vendidas a preço de banana nos sites, porque nossa geração resolveu seguir um cristianismo de caminho largo e de porta ampla, a fim de que todos se interessem e se convertam ao materialismo impregnado nos livros mais vendidos.
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Baterias recarregadas!

Então voltemos ao trabalho da escrita! E agora com o grande vilão da mudança ortográfica a me rondar.
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