sexta-feira, outubro 5

Crítica a uma pregação contemporânea e pós-moderna

O texto trabalhado pelo pregador foi o chamado de Mateus para ser seguidor de Cristo.
A respeito dele, o pregador tece uma linha de raciocínio que o conduz a tratar o tema relacionado a missões. O mesmo abre sua explanação levando em consideração o pronunciamento feito por outro evangelista: “Se você não tem amor por missões, há uma grande probabilidade de você nunca ter nascido de novo até hoje”.
A partir deste ponto o pregador faz uso de dados numéricos a respeito da quantidade de pessoas não evangelizadas no mundo (aqueles que não conhecem a Cristo), aqueles que nascerão e ainda não conhecem a Cristo e o esforço necessário para que todos sejam alcançados. Sua abordagem é feita baseando-se num esforço feito unicamente por missionários. Tal fato deve ser desconsiderado, pois não há como avaliar tal informação. Afinal, o evangelista não é o único que prega a palavra de Deus.
A avaliação não leva em consideração a decisão tomada por aqueles que foram resgatados pelos “evangelistas” de evangelizarem também aumentando significativamente a parcela daqueles que se dispõe a pregar as boas novas. Também não é levada em consideração a pregação feita pelos membros das igrejas que evangelizam de forma simples, porém eficaz, nem ao menos é levado em consideração o testemunho fiel daqueles que pregam a Cristo mediante a exposição direta de suas vidas, o que me leva a crer que a linguagem usada nada mais configura do que uma tentativa de comover o ouvinte, fazendo com que o mesmo seja movido a pregar Cristo por motivos errados. O Apóstolo Paulo sempre esteve preocupado em não utilizar recursos extras para atrair a atenção para si, nem de forçar uma conversão falsa através de emoção e sentimentalismo, ele fugia de qualquer tipo de linguagem persuasiva em detrimento da ação plena do Espírito Santo sobre as vidas das pessoas ao seu redor. “A minha palavra e a minha pregação não consistiram em linguagem persuasiva de sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de poder, para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria humana, e sim no poder de Deus.” É isto que Paulo afirma, mas isto é o que menos tem sido feito.
Outro fator interessante é o peso que é colocado sobre os ombros da Igreja quanto ao evangelismo mundial. Não é para a igreja ser motivada a pregar a palavra por medo, mas sim por amor, afinal de que adianta ganhar o mundo e perder a própria alma. Pregar pelos motivos errados somente nos identificará com a igreja do final dos tempos. Aquela que estará diante de Cristo, achando-se merecedora da salvação, mas não será considerada digna dela (falo da igreja física e não da espiritual). Esta é Laodicéia, aquela que representa o último período da igreja antes do arrebatamento. Antes de tudo, a palavra diz que “... para com Deus não há acepção de pessoas. Assim, pois, todos os que pecaram sem lei também sem lei perecerão; e todos os que com lei pecaram mediante lei serão julgados. Porque os simples ouvidores da lei não são justos diante de Deus, mas os que praticam a lei hão de ser justificados. Quando, pois, os gentios, que não têm lei, procedem, por natureza, de conformidade com a lei, não tendo lei, servem eles de lei para si mesmos. Estes mostram a norma da lei gravada no seu coração, testemunhando-lhes também a consciência e os seus pensamentos, mutuamente acusando-se ou defendendo-se, no dia em que Deus, por meio de Cristo Jesus, julgar os segredos dos homens, de conformidade com o meu evangelho”. É claro que está consciência que todos temos sobre certo e errado. Faz parte da revelação de Deus e se ela fosse suficiente para que TODOS os homens se salvassem não haveria a necessidade da intervenção de Cristo, mas não podemos excluí-la do processo, ela faz parte da revelação e por si pode auxiliar o homem conforme escrito acima. Por isso, acho perigoso demais sobrecarregar o cristão na obra que o Espírito Santo está a realizar.
Não é o homem que trabalha, mas o Espírito. Alguns, conforme abordado na palestra, menosprezam suas famílias em detrimento da palavra, da missão, e isto nos faz dignos de pena, pois na ânsia de ganhar o mundo perdemos o foco da salvação em Cristo e pior arrastamos uma massa na mesma direção, a começar pelas nossas famílias. Ficamos dessa forma, tão longe do poder do “evangelho puro e simples”.
Em outra passagem, o pregador fala a respeito da revelação de outro pastor que julgou ser o EUA os salvadores do mundo. Não contente com a resposta recebido de Deus a respeito da irrelevância dos EUA diante da obra de Deus, este, segundo o pregador, afirma que sem eles Cristo não poderia cumprir a missão, e em resposta as colocações do pastor, este ouviu uma voz celestial dizendo que a missão de resgatar o mundo foi repassada a America Latina.
Não vejo a exposição dos fatos da forma como foi abordada benéfica para nós, mas sim, com grande poder destrutivo, pois o modo como ele abordou o assunto eleva demais a auto-estima, bem como a soberba dos povos hispânicos e de origem portuguesas por serem estes os apontados como salvadores do evangelho. O que nos impedirá de cair nas mesmas afirmações cheias de soberba feitas pelo pastor americano? Se as palavras do deste pregador somente elevaram nosso ego e contagiaram nossas mentes fazendo-nos crer que somos melhores que eles.
Em outra de suas afirmações o pregador lembrou-nos que Deus não tem nacionalidade, fato este, que merece ser observado: É bem verdade que Deus não tem nacionalidade, mas não podemos levar isto ao pé da letra para todos os casos. Por exemplo, não podemos levar estas afirmações em consideração quando falamos com relação a Israel, pois Deus é o mesmo ontem, hoje e sempre conforme suas palavras atestam. Jesus veio ao mundo como Judeu, descendente da tribo de Judá. Se ele é o mesmo ontem, hoje e sempre, ele continua sendo judeu. O termo judaico relacionado a resgate e pagamento do preço do pecado nos remete ao pagamento realizado necessariamente por um membro da família que tinha poder aquisitivo para resgatar as propriedades ou parentes que assim tivessem sido vendidos/escravizados. Podemos refletir ainda, que durante o período da tribulação as pessoas que estiverem vivas serão julgadas mediante seu posicionamento perante Israel, conforme atesta as escrituras.

Durante determinado trecho da mensagem, o pregador faz uso de uma analogia entre a queda do muro de Berlim e o fato de Cristo ter dito: “edificarei minha Igreja e as portas do inferno não prevalecerão sobre ela”. Simplesmente não há ligação alguma entre os dois fatos, sendo forçada uma ligação entre eles, devido à linha de raciocínio que o mesmo seguia.
Sua alteração de voz como forma de destaque dá indício de simples comoção pública. Não há argumentação, não há linha de raciocínio que sustente sua premissa.
Em outro episódio, o pregador narra seu contato com um budista tecendo comentário a respeito do momento em que ele quase agride o referido homem com palavras para contestar sua fé. ´
É claro que nas circunstancias levantadas é fácil detectar a ousadia com o qual o mesmo se levantou para defender o evangelho, ou para atacar outra crença, mas não sou partidário desta ousadia mais ligada à imprudência e petulância do que a coragem e destemor. Não penso que o episódio narrado se paute pela ousadia. Temo dizer que ouve mais sabedoria e inteligência humana do que ousadia em suas palavras. Digo isso porque tenho minhas dúvidas se ele seria tão incisivo em agredir a religião de um mulçumano com o fez com a do budista, fato este que se confirmou mais a frente quando passa a narrar o episódio que encontrou se com um seguidor de Maomé. Nesta ocasião portou-se de forma mais polida, também demonstrando mais sabedoria do que ousadia.
Segundo sua linha de raciocínio para abordar a importância de missões para Deus e nossa importância perante Deus o pregador afirma que mais de 680 milhões de espermatozóides são lançados pelo órgão reprodutor masculino em busca do órgão reprodutor feminino tendo que percorrer uma distancia de nove centímetros para alcançar o óvulo.
Ele nos lembra que de todos os espermatozóides ejaculados, Deus escolheu a um destes para nascer em detrimento dos outros 67.999.999 espermatozóides. Em seguida ele afirma que Deus escolheu cada um dos que o ouviam em detrimento de todos os demais que não alcançaram o óvulo. Tal abordagem me faz concluir que se eu era aquele espermatozóide, nele já estava a minha alma, e que a cada nascimento é necessário que 67.999.999 almas venham a morrer. Suas palavras deixam isto bem claro! Não posso crer num Deus que envia 67.999.999 almas por pessoas para o inferno por mero capricho... A meu ver, o pregador expressou-se muito mal utilizando os argumentos supracitados.

Quanto à solidão esta sempre foi e sempre será o ponto de inflexão na escola de formação do caráter cristão e é totalmente administrada por Deus. Nos livros, crescemos em conhecimento (inteligência), mas no deserto amadurecemos o coração para a obra ao qual Deus deseja nos dirigir e adquirimos todos os atributos necessários ao homem de Deus, tais como sabedoria, humildade, amor, bondade, longanimidade, etc. Basta olhar para os homens que passaram por estes desertos (Ex.: Moisés, Jesus, Paulo, etc).
Ele nos lembra muito bem que a pregação é o ponto primordial e que deve ser tratado com o devido respeito, assim como demonstra sua narração ao pregar para as árvores e para as melancias.
Creio que o pregador se equivocou a exaltar um tipo de evangelismo em detrimento de outro tipo, pois o fato de ser dirigido por Deus para um ministério de evangelismo mundial não deve servir de motivação para menosprezar aqueles a quem Deus não dirigiu da mesma forma. Não posso elevar meu ministério acima do ministério de ninguém, isto é pecado, por mais que eu ache que o ministério deste ou daquele é infrutífero, foi Deus quem o elegeu e é Deus em quem nele trabalha e realiza a obra. Não posso chamar aqueles que estão em suas casas tomando conta das suas famílias de covardes, pois Paulo mesmo afirmou que o casado deveria cuidar da esposa e o solteiro das coisas de Deus. Este Paulo é o mesmo que diz que o pastor, aquele que tomará conta de um rebanho, deve ser casado. Por não entender o que Paulo quis dizer misturamos suas palavras ora para atacar, ora para defender-nos. Tal questão deve ser interpretada de forma correta, não posso chamá-los de covardes. Esta atitude com o tempo nos renderá uma retratação pelas palavras pronunciadas, não porque o Espírito Santo enganou-se a proferi-las, mas pela língua afiada com a qual nos reportamos aos nossos ouvintes como se fosse o próprio Deus a dizer. Paulo é um homem que deixa bons exemplos nesta área, pois onde Deus não falava ele assumia seus próprios pensamentos diferente do que vemos hoje em dia. Um bom exemplo disso são as duas atitudes de Paulo com relação a João Pedro, ora dizendo ser indigno de caminhar junto com ele por não querer seguir em meio as dificuldades e aflições, ora retratando-se por verificar a necessidade dele para o ministério.

Não creio que Deus precise de nenhum de nós conforme o pregador atesta, pois esta escrito que até as pedras clamariam se nós não o fizéssemos, sem contar que esta obra os anjos anelam por executar mas Deus preferiu nos dar a honra. Honra esta que pode ser dispensada. Fulano ou ciclano não é a única ferramenta de Deus. Não temos um Deus dependente de nós para nada. Ele é soberano e se ele determinou que fizéssemos parte da obra foi simplesmente por misericórdia divina. Não somos fundamentais e nem imprescindíveis para o cumprimento do plano divino em Cristo.

De todas as coisas que foram ditas pelo pregador nada pode ser comparado ao exemplo pessoal vivido pelo mesmo com relação ao jovem punk vestido com uma camisa escrita com as seguintes palavras: “nascido para ir para o inferno”. Ali está todo o cerne das missões urbanas. Identificação do problema do homem, o diagnóstico e a cura.
Vivemos num mundo onde o amor de muitos esfria dia após dia e a solidão impera.
Vivemos numa época onde os países estão completamente integrados por uma rede de computadores, nos unindo em informação e cultura. Mas nunca na história da humanidade o homem esteve tão longe de seu semelhante quanto nos dias em que uma tela diante de seus olhos faz-lo contemplar a plenitude da solidão sem ao menos se importar por assim estar.
A falta de identidade, de amor, de comunhão e compaixão o arrastam para longe da presença de Cristo e é neste meio que estamos travando a ultima e mais penosa batalha da igreja contra as forças do inferno. No teatro de operações chamado laodicéia.

Os Desafios do Líder/Pastor Urbano no Sec XXI

Com o crescente aumento da urbanização, os municípios ultrapassam seus limites por causa do crescimento e encontra-se com municípios vizinhos. As cidades transformam-se em metrópoles, os avanços tecnológicos geram novas futilidades e necessidades, e o homem acaba sendo sugestionado ou conduzido a linhas de consumo, de pensamento, de críticas ou de ideologias, que não passam do reflexo espelhado de sua interação com a sociedade em que vive. Nesta ótica, o pastor e o líder cristão devem interagir com toda a sociedade na qual vivem. Devem entendê-la sem tornarem-se meros peões dela, sem capacidade de modificá-la pela compreensão das coisas que lhe cercam.
O líder cristão preocupado com o discipulado e com a compreensão das escrituras (professor/mestre) perante a sociedade que lhe cerca, é um dos primeiros a sentir a necessidade de compreender o meio em que vive, para assim interagir com as verdades universais expressas na Bíblia, as quais, se forem passadas sem a interação e contextualização com o cenário que cerca os ouvintes, não passará de história antiga, nem chegará a ser reflexiva, uma vez que não produzirá no discente, a identificação dos mesmos problemas em sua sociedade, na sua comunidade, e porque não dizer, no meio em que vive, deixando assim de contestar suas ações e o meio em que vive.
Um dos maiores desafios de um professor/mestre de ensino religioso, seja ele um professor de uma igreja local ou um professor de seminário, é retirar o aluno da estagnação de ser somente um poço onde os professores despejam pilhas de conhecimento, para tornar-se um pensador capaz de ir de encontro ao sem tempo.
No mundo urbanizado, a verdade tende a ser impregnada com minúsculas mentiras, imperceptíveis e até por que não dizer “mentirinhas inocentes”, que nada podem fazer de mal. Temos todos os meios necessários para que isso ocorra! Rápida propagação da mensagem (rádio, televisão, telefone, conversas informais, cartas, emails, site, blogger, jornal, cinema, CD, DVD e qualquer outro veículo propulsor de mídia), pessoas extremamente necessitadas (frutos da maldade humana expressa por um capitalismo exclusivista e individualista), e ainda, a ambição e o egocentrismo do homem que colaboram para o sensacionalismo barato que busca exaltar a denominação e o homem retirando toda a glória de único e verdadeiro Deus, fazendo da igreja, em alguns casos, uma casa de reparos (onde as pessoas só entram quando estão quebradas), uma financiadora (onde é possível trocar dinheiro por qualquer tipo de necessidade) e às vezes, uma casa de quarentena (onde aqueles que “acham” que não estão contaminados como a sociedade em que vivem se refugiam, apenas e unicamente se refugiam).
Seja lá o que for. Uma verdade absoluta ou uma mentira bem disfarçada, ambas necessitam e merecem ser testadas e provadas por meio de provas inquestionáveis, mesmo quando tais provas somente se obtêm por meio da fé. Os cristãos de Beréia eram assim, pensadores em seu próprio tempo, incapazes de serem guiados por quaisquer ventos de doutrina.
Nenhum professor que se preze busca formar um aluno, nem ao menos formar um professor deve ser sua meta. Ele deve formar um pensador, capaz de discernir o seu próprio tempo, as necessidades de sua comunidade, os perigos que a rodam, as falsas doutrinas que tentam entrar em suas veredas, combatendo-as com as armas mais simples e menos usadas do ser humano, a capacidade de pensar e interagir, de questionar e tomar decisões. A mesma natureza que permitiu o homem escolher o mal ao invés do bem (o livre arbítrio), é o mesmo mecanismo capaz de sob a ação do Espírito Santo, questionar tudo o quanto se diz ser verdade, aplicando um processo de refino sob elas, de modo que, somente a pura verdade, a verdade absoluta passe, ficando retidas no processo todas as impurezas, as quais vêem se agregando a ano, permitindo distorções no nosso modo de ser igreja, tornando doutrinas calvinistas como se arminianas fossem, tornando-nos, Israel de Deus ao invés de Igreja de Deus (Gl 6.16, 1ª Co 10.32), fazendo-nos esquecer que pregar a palavra é levar o conhecimento da revelação da vontade de Deus em Cristo Jesus de acordo com as escrituras e não um simples testemunho de libertação de um vício, tornando-nos espectadores do mundo ao invés de inconformados, tornando-nos consumidores de bens e prosperidades terrenas em detrimento das espirituais, fazendo-nos buscar as coisas terrenas ao invés do reino prometido, fazendo-nos ler menos a Bíblia e prestar mais nossos ouvidos a homens inescrupulosos e sem temor de Deus.
Não sei se posso considerar isto como sendo um chamado de Deus, mas é contra estas coisas que meu coração arde, contra toda nossa falta de cuidado com a palavra de Deus, falta de zelo, falta de temor e reverência a Ele.
Se ao menos tivéssemos a exata noção que nem ao menos de pé estamos, talvez, entendêssemos que devemos tudo a ele e que a menor distorção na leitura bíblia pode fazer o homem crer que ele está de pé por si e enquanto vigiar, ou seja, agir em sua própria forma não se contaminando ele estará se salvando, quando não é isso que está escrito, justamente para que o homem não chegue nesta conclusão absurda. 1ª Co 10.12 é tão claro que não nos deixa mentir: “Aquele, pois, que pensa estar em pé veja que não caia”. Somos Homens, todos nós, capazes de produzir o mal intentando o bem. O mero esquecimento da palavra “pensa” pode mudar toda a interpretação da mensagem, e é contra isso que devemos lutar, contra as pequenas concessões. Contra as coisas que, aparentemente, não são empecilhos ao evangelho mas que futuramente podem gerar idéias distorcidas a cerca dele e por fim afastar o homem do caminho ao qual se predispôs a alcançar, não por ter desistido, mas porque sem perceber deixou de ser grato pela graça. Quanto a nós, de teologia arminio-wesleyana devemos ter o cuidado de não encarecer demais a graça, ao contrário da tendência calvinista que é barateá-la ao extremo. Penso que o desafio do educador cristão do século XXI é tornar-nos todos “bereanos”, para não somente entender as escrituras, mas também, entender que os males que hoje se levantam não são nada mais, nada menos do que os mesmos males tão bem combatidos pelos pais da igreja ao longo dos séculos e que hoje retornam com nova roupagem, como é o caso da teologia da prosperidade, do pensamento positivo e da teologia humanística.

segunda-feira, outubro 1

Como se prega o Evangelho de Deus? Como pregar a Cristo?


Sem dúvida esta é a pergunta que não sai da mente da maioria dos Cristãos renascidos: Como devo pregar a Cristo? Para início de conversa, devemos o pregar com sinceridade acima de tudo, mas também, pautado no conhecimento que temos acerca dEle. Estas palavras deveriam resolver todos os nossos problemas, mas infelizmente não resolve nem a ponta do iceberg.
Sinceramente, creio que ao longo dos anos deixamos de pregar o Salvador como ele era pregado pela Igreja Primitiva. Não precisamos nos aprofundar muito, para descobrirmos que alguma coisa ficou para trás entre o primeiro século e o atual. Basta analisar as escrituras!
Então, como pregar a Cristo? Eu sei que você conhecer muito bem sua Bíblia, e responderá esta pergunta com muita propriedade, citando 1ª Co 15.3-4 (“Antes de tudo, vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras”, grifo nosso).
Este é o evangelho que proponho pregarmos! E o único que pode ser defendido! Que Jesus Cristo é o messias comprovado através das profecias do Antigo Testamento. Não há outro evangelho!
Todo o evangelho se compromete a comprovar que a Bíblia é a palavra de Deus e que por meio dela podemos identificar o messias (o salvador), no qual temos a redenção.
Uma breve passada por Atos irá comprovar nosso maior temor, o de que estamos a um bom tempo sem pregar o evangelho, pelo menos da forma como era feito pelos pais da igreja.
É verdade que quando Paulo entrava numa sinagoga ele não usava os livros de Mateus, Marcos, Lucas e João, mas devemos deixar claro que ele não o fazia porque estes livros não haviam sido escritos ainda, de forma que, nada nos impede de usá-los em nossos dias.
Nos dias do apóstolo Paulo, os chamados “evangelhos” não haviam sido escritos, o que aparentemente tornava o trabalho digno de verdadeiros mestres no Antigo Testamento. Dessa forma, pregar o evangelho era recorrer às profecias a cerca da vinda do Messias e de como todas elas se cumpriam em Jesus de Nazaré.
Quando Paulo entrava numa sinagoga, seu trabalho era demonstrar por provas inquestionáveis e irrefutáveis que Jesus era o messias que os Judeus tanto aguardavam. Era como se ele dissesse: “Vocês não podem negar que tudo isso foi cumprido na vida, na morte e na ressurreição de Jesus de Nazaré, o Cristo. Ele é o Messias e ele provou isto através das escrituras”.
Apolo não fez diferente! “... Com grande poder, convencia publicamente os judeus, provando, por meio das Escrituras, que o Cristo é Jesus” (At 18.28), grifo nosso. Não havia outro modo de pregar as boas novas, pois as próprias boas novas eram o cumprimento de todas as profecias a cerca da vinda do messias, a cerca da salvação e da redenção que somente se encontra nEle.
Mas o que este texto quer mesmo identificar é se estamos pregando o salvador da mesma forma que aqueles os quais nos confiaram o evangelho da salvação. Será que é assim que pregamos a Cristo em nossos dias?
Dificilmente encontramos este estilo de pregação. Em nossos dias, muitas coisas se perderam, e parece que com elas, a nossa capacidade de ler o livro de atos e entender a simplicidade do evangelho também. A grande maioria não age conforme os escritos Bíblicos. A grande maioria, da qual espero que você, leitor, não faça parte, acredita que pregar a Cristo é dizer algo mais ou menos assim: “Um dia eu fui um drogado, então conheci Jesus e Ele mudou minha vida! Louvado seja Deus!”.
Desculpem-me, mas não consigo identificar o cerne do evangelho nestas palavras. Que Cristo era o filho de Deus, e que ele estava reconciliando o mundo com Deus através dEle.
Qualquer seguidor de Buda, Gandhi, Confúcio ou Sutzu pode afirmar a mesma coisa. Que conheceu os ensinamentos de ‘a’ ou ‘b’ e que estes ensinamentos mudaram sua vida. Seja lá o que for que ele ou ela entenda por mudar a vida.
Não vejo como este testemunho pode esclarecer o homem acerca do pecado, da justiça e do juízo de Deus sob toda a criação. A maioria das confissões de fé são feitas em desconhecimento pleno acerca daquele a quem se confessou ter fé.
Como a maioria não conhece e não quer aprofundar-se em conhecer o salvador, ficam vivendo um evangelho promiscuo, correndo atrás de bênçãos, desejam viver de vitórias em vitórias, transbordante em bênçãos materiais sem medida, o que assemelha sua confissão de fé a um passeio pelo mundo de Oz, vivem de fantasia e não desejam por os pés na realidade do evangelho.
Confúcio, Buda, Maomé, ou qualquer outro homem que tenha se levantado e cujo qual tenha tornado-se um líder religioso ao redor do mundo só pode ser diferenciado de Jesus Cristo de Nazaré através das escrituras, pois somente as Escrituras revelam o verdadeiro filho de Deus, o qual deveria cumprir uma infinidade de profecias feitas a respeito do Salvador para que pudesse ser identificados dentre todos aqueles que se autodenominam messias.
As profecias possuem um duplo propósito: o de identificar o filho de Deus e o de identificar a Bíblia como a verdadeira e única palavra de Deus.
Somente o Deus da Bíblia é capaz de dizer o que vai acontecer antes que aconteça. E ele faz isso, não por questão de mero capricho, mas para que o homem seja indesculpável perante Ele. Pois quando o evangelho for pregado, se nós resolvermos o pregar, seus ouvintes terão que crer que Ele é o verdadeiro e único Deus e que a Bíblia é a palavra de Deus, sendo ela singular dentre quaisquer outros escritos existentes na face da Terra por causa de suas profecias. Não há profecias no alcorão, nos ensinos de Buda, nos ensinos de Confúcio, ou ainda, nos manuscritos Hindus. Somente a Bíblia possui profecias. “Por isso, to anunciei desde aquele tempo e to dei a conhecer antes que acontecesse, para que não dissesses: O meu ídolo fez estas coisas; ou: A minha imagem de escultura e a fundição as ordenaram” (Is 48.5).
Mas onde está o cerne na pregação? Segundo penso, na Bíblia. Sem provas inquestionáveis de que Jesus Cristo é o salvador, estaremos pregando um Cristo que não refletirá sua natureza, seu propósito, nem ao menos sua missão perante Deus. Estaremos longe da real evangelização (convencer por intermédio das escrituras que Jesus é o Cristo) e bem próximos da deturpação do evangelho, mesmo que seja com a melhor das intenções, seremos plenamente capazes de conduzir-nos para longe dEle, na tentativa de nos aproximar, ora topando na teologia da prosperidade, ora a teologia da libertação, entre outras as quais poderíamos citar. Todas estas, fruto da falta de conhecimento acerca do nosso salvador, Jesus Cristo.

"O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento" Os 4.6


Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...