sexta-feira, outubro 30

Alimentação Balanceada

Se pudermos colocar numa balança e pesar todos os prós e contras de cada época a luz do cristianismo como de fato era vivido no primeiro século e da forma como os preceitos cristãos foram ensinados por Cristo, chegaríamos à inexorável conclusão de que estamos aquém da pregação bíblica como era realizada naquela época.
Existem inúmeras dificuldades que aliadas à carne nos impulsionam, diariamente, para longe daquilo que foi professado pelos primeiros cristãos. Uma delas refere-se ao próprio estilo de governo capitalista selvagem no qual a cultura ocidental é pautada. Um consumismo que torna alguns vendedores e outros clientes, coisa que o cristianismo primitivo nunca advogou para si. Eles eram conhecidos pelo amor que tinham uns pelos outros e não por possuírem as melhores técnicas de radiodifusão existentes, serem mestres da propaganda e marketing ou, ainda, possuir contas financeiras abastadas ao ponto de proporcionar uma vida de luxo e riqueza.
Grande parte dos conceitos assimilados por esta geração não passam de princípios humanistas modernos, os quais são veementemente contrários às práticas cristãs.
Estamos trocando o conhecimento bíblico pelo conhecimento secular, apoiando os versículos bíblicos sobre um patamar mundano. Temos mais em comum com o presente século do que com as raízes cristãs. Somos conhecidos, lembrados e exaltados por estarmos andando na moda em conformidade com o presente século, citando pensadores anti-cristãos, conceitos filosóficos e práticas psicoterapêuticas que não estão em sintonia com as escrituras.
Grande parte dos ensinamentos difundidos na atualidade não coaduna com as escrituras, não se esforça em representar a tradição cristã segundo o Evangelho de Jesus Cristo. Eles transfiguram o evangelho e revestindo-o de uma aplicabilidade terrena egocentrista reforçando o Ego endurecem o já tão endurecido coração moderno. A dieta balanceada difundida a presente igreja é rica em pseudo pensamentos cristãos, abastada de auto-estima, reforçada pelo aroma agradável que massageia o ego.
De maneira alguma, posso chamar de alimentação balanceada, arroz, feijão, legumes, bife e batatas fritas temperadas por uma pitada de chumbinho (veneno para rato). Não importa o quão saboroso possa parecer, ela certamente levará a morte. Um pouco de fermento leveda toda a massa!
A pregação cristã autêntica constitui em vida e morte em ordem e consistência exata! Morte do velho homem, fazendo-o definhar, inibindo suas forças, tornando-o em miserável, raquítico e fraco perante o novo homem que se reveste para o pleno conhecimento de Deus, sendo alimentado e fortalecido através do exemplo do Cristo do Calvário, do sofrimento, das noites sem dormir, das intempéries, das dificuldades, das lutas, do amar ao próximo mais que a si mesmo, da persistência e da resoluta vontade em obedecer à vontade de Deus (concluo desta forma para não tornar extensa a listagem).
Contudo a pregação cristã atual peca na alimentação balanceada que dará a morte e a vida, fazendo o binômio operar, muita das vezes, no sentido inverso: gerando a mortificação do novo homem pela elevação da auto-estima, do egocentrismo, da auto-suficiência, da exclusão da suficiência bíblica pela assimilação e exposição de conceitos pseudo-cristãos humanistas.
Ao tornar a suficiência bíblica ineficaz, fazendo com que o conhecimento secular seja mais útil à resolução do problema do Homem moderno, é afirmado que as escrituras são falhas e indignas de crédito e que para poder usá-las é necessário com que o homem faça uso de conceitos modernos e, por isso, mais eficazes a resolução dos problemas atuais.
É isto que tem acontecido com inúmeras ciências da área de humanas que tendem a afirmar conhecer os problemas referentes a alma humana, os quais têm entrado pelas portas das igrejas, pelos louvores, pelos grupos de auto-ajuda e por qualquer tipo de reunião em que se vise auxiliar o homem pelo homem sem auxílio da divindade.
Tornamo-nos cultos demais para crer na suficiência das escrituras.
Tornamo-nos conhecedores do bem e do mal em proporções que nos permitem escolher o conhecimento humano em detrimento do conhecimento divino.
Tornamo-nos suficientes demais para crer num ser superior conhecedor de todas as coisas, crendo que somente Ele tem todas as respostas.
Tornamo-nos dia após dia, dignos de pena pelo modo como preferimos a morte à vida.
Que Deus tenha misericórdia de nós e providencie um retorno ao cristianismo autêntico, nem que para isso tenhamos que voltar a época das perseguições.
Vale lembrar que o que está em jogo não é a aquisição de um carro, retornar para casa satisfeito consigo mesmo pelo modo como a mensagem massageou nosso ego ou, ainda, um rosto sorridente ao final de um dia cansativo de trabalho, mas sim, o que sempre esteve em jogo desde o princípio, a salvação de nossas almas.

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Postado por Ricardo Inacio Dondoni

segunda-feira, outubro 26

Citação, C.S.Lewis


Há dois erros iguais e opostos em que a raça humana pode cair em relação aos demônios. Um é não acreditar em sua existência. O outro é acreditar e sentir um interesse excessivo e doentio por eles. Pessoalmente, eles ficam de igual modo satisfeitos com ambos os erros e aclamam um materialista ou um mágico com a mesma satisfação.


C. S. Lewis, The Screwtape Letters
(Fleming H. Revell, 1976), prefácio.

sábado, outubro 24

Dualismo Religioso

Não deveríamos incentivá-lo, mas aparentemente é o que fazemos. O cristianismo pregado em nossos dias está impregnado de conceitos não-cristãos, anti-cristãos e de um dualismo religioso destrutivo. É um cenário preocupante, justamente, porque o nosso crescimento é fruto direto daquilo com o que nos alimentamos. Esquecemos de verdades singulares, que estão bem diante de nossos olhos, tais como os conceitos acerca da totalidade da natureza humana. Não somos somente matéria. Não vivemos unicamente num plano material. A totalidade do ser humano advoga que a plenitude do ser preenche o campo material e espiritual.
Se fôssemos somente matéria, a ingestão de alimentos sólidos e a interação plena com o plano material seria suficiente para a obtenção da satisfação e da felicidade. No entanto, o próprio plano material é governado por conceitos morais que são irrelevantes à subsistência da natureza física dos seres vivos.
Os conceitos morais, a consciência, as noções do certo e do errado e a própria ética não pertencem ao campo das coisas palpáveis e não podem ser gerados por simples associações químicas, fruto de uma atividade cerebral intensa. Tais conceitos pertencem a um campo menos físico e mais transcendental. Eles são responsáveis pela sociedade como a entendemos!
Campo material e espiritual, juntos, interagindo na totalidade do ser humano com a realidade que nos cerca, aliando o visível com o invisível na justa medida que nos tornam conhecedores da existência.
Dependendo da análise, a existência humana e a interação com a realidade que nos cercam podem ser vistas de modo simplório ou complexo. Tudo será baseado no conhecimento que temos daquilo que transcende a realidade palpável. Quanto maior o grau de conhecimento, melhor será nosso relacionamento no plano material, quanto menor o conhecimento do eterno, pior será nossa interação com a própria sociedade.
A realidade é composta pela união do material com o espiritual. Não é possível viver ora no campo espiritual, ora no campo material.
John Wesley na busca incessante por uma vida em santidade combateu a dualidade religiosa em seu próprio tempo, lembrando que a busca por Deus não se inicia na abertura do culto eclesiástico dominical e em hipótese alguma cessa com a pronunciação da benção sacerdotal. Wesley, assim como outros que poderíamos nomear, falava de um estilo de vida (culto) que deveria ser vivido pela integridade do ser.
Sua noção de culto ao Senhor pautava-se na interação com a realidade que nos cerca, sendo o culto, segundo sua ótica, tudo aquilo que envolve o novo homem desde a concepção da nova criatura até o último dia de testemunho da natureza transformada do ser e, não somente, os momentos dominicais nos quais os homens tentam aparentar um estado de santidade falsificado. Esta dualidade continua presente em nossos dias quando separamos instrumentos para o louvor da casa e outros para tocar no mundo. Geralmente, ao fazer isto, estamos afirmando à nossa consciência que as atitudes tomadas dentro da Igreja devem seguir um padrão elevado de comportamento e santidade. O problema é que esta afirmação tem sua contra-parte, que permite à mente concluir que o mesmo não se aplica do lado de fora. Criamos dois mundos sob interações diferentes. Um segundo aquilo que no culto é pregado e outro segundo o modo como quero viver.
Quando as duas coisas estão em perfeita interação, não há problemas, mas não é o que tem ocorrido pelas portas das Igrejas país a fora. Tal prática cria uma personalidade para o ambiente religioso e outra para o ambiente secular.
O mesmo ocorre com as portas das Igrejas que servem de portais mágicos de transformação instantânea. Passando para dentro, todo o rito cerimonial, a subserviência, o amor ao próximo, o zelo pela casa de Deus e tantas outras coisas, as quais poderíamos nomear, são ligadas e começam a funcionar a 100% segundo a capacidade de cada ser ali presente. O dualismo religioso, sob o qual o povo acaba sugestionado a viver, transforma cristãos verdadeiros em falsos, pois só se comportam como tal dentro das paredes eclesiais, quando passam novamente, a fim de dar testemunho às nações, cruzando a porta em direção ao mundo, aparentemente, a “mágica” termina. Estes dois mundos, tão distintos, foram criados por mentes mesquinhas que estavam interessadas em adquirir a salvação sem, no entanto, adquirir as intempéries e consequências daquilo que professaram.
Estes compactuam com o velho homem, barganhando e cedendo em nome de uma espiritualidade deformada, levando muitos a viver em uma vida dupla.
O homem sempre foi a soma do todo. A salvação não é para uma parte da composição do ser, mas sim para a sua totalidade, fazendo com que uma mente renovada interaja com o mundo segundo o conhecimento daquele que nos retirou do império das trevas, permitindo com que todo o ser, em todas as suas atitudes, resplandeça a graça da salvação em Cristo Jesus. Nossa sociedade está sucateada nos valores morais, éticos, nas noções do bem e do mal, do certo e do errado e as Igrejas como último baluarte da verdade na terra deve resplandecer a glória de Deus, a fim de que, aqueles que puderem elevar seus olhos, vejam a grande salvação e vivam em plenitude a vida que deve ser vivida e não esta cheia de facetas, máscaras e personalidades alternativas usadas em prol da aceitação nos diversos círculos de relacionamento existente.
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Postado por Ricardo Inacio Dondoni

quinta-feira, outubro 22

Nasceu mais um pai...

Bom dia a todos! Só estou postando hoje porque está dificil arranjar um tempo a mais para fazer qualquer coisa que não seja cuidar desta pequenina...
Nasceu na cidade de Campinas, as 10:13 do dia 18 de outubro de 2009, mais um pai e, aliás, rs, também nasceu uma pequenina filha, Maria Fernanda, a qual já era amada antes de ser vista e agora muito mais após ser contemplada por estes olhos...

Um abraço a todos...
Shalom...

segunda-feira, outubro 19

Citação, George Muller


Nunca me lembro, em toda a minha trajetória cristã, de um longo período (em março de 1985) de 69 anos e quatro meses, de não ter procurado, sincera e honestamente, saber o desejo de Deus nos ensinamentos do Espírito Santo, com o auxílio da Palavra de Deus, mas sempre fui corretamente direcionado.
Mas se faltar a honestidade de coração e a lealdade a Deus, ou se não esperar pacientemente pelas instruções de Deus, ou preferir o conselho do homem, meu companheiro, em vez das declarações da Palavra de Deus, estou cometendo um grave erro.

A. E. C. Brooks, compilador, Answers to Prayer
from George Muller´s Narratives
(Moody Press, na folha de rosto)

segunda-feira, outubro 12

Citação, Mark Hopkins


Imagine que algo é inventado, caso não apenas se afirme que monumentos sobreviveram a isso, mas também que atitudes e observações públicas são constantemente vistas desde que o suposto fato teria ocorrido, o engodo pode ser detectado pelo não aparecimento de tais monumentos, bem como pela experiência de cada homem, mulher e criança que sabem que nenhuma daquelas atitudes ou observações foram, por eles, usadas.
Se qualquer homem tivesse inventado o Novo Testamento depois da época de Cristo e tentasse impingi-lo à força para que fosse aceito, seria o mesmo que um homem escrever a história da revolução (norte-americana) e da celebração desse dia (4 de julho de 1776) desde o início; se, na verdade, nunca se tivesse ouvido falar de uma revolução e ninguém celebrasse o dia 04 de julho. Mesmo quando essa data foi celebrada pela primeira vez, seria possível introduzir um relato sobre sua origem essencialmente diferente da verdade dos fatos.
No entanto, o caso do... cristianismo é mais sólido, pois temos diversas instituições distintas que surgiram juntas (e a partir do mesmo), pois o batismo e a ceia do Senhor ocorreram com maior frequência, e, por fim, porque sempre foi considerado o principal ritual de uma religião, à qual o homem sempre esteve mais ligado do que à liberdade ou à vida.

Hopkins em Evidences e citado por Linton,
Lawyers, p.164.

sexta-feira, outubro 9

Jeremias e a nossa geração!

Alguns homens que viveram nos tempos da antiga aliança demonstraram capacidade acima do comum para viver a nova aliança de forma exemplar e não segundo o padrão identificado nos dias atuais.
O evangelho da forma como vem sendo propagado em nossos dias não tem permitido o nascimento de cristãos da estirpe de Jeremias.
Quem de nós aceitaria a missão de arrancar, derrubar, destruir e arruinar dada a Jeremias? Talvez aceitássemos edificar e plantar, mas, dificilmente, gostaríamos de ser tidos como emissários de más notícias.
Pregar contra modismos, de dia e de noite, alertando um povo que não quer ouvir a voz da razão muito menos a voz do Espírito Santo é o trabalho do cristão da atualidade.
Quantos de nós olhando ao redor e, de certa forma, mergulhados no cenário evangélico brasileiro, não somos acometidos por uma dor quase que insuportável? Qualquer um que olhe sinceramente pode, facilmente, desanimar e à semelhança de Jeremias exclamar: “sempre que falo, tenho de gritar e clamar: Violência e destruição! Porque a palavra do SENHOR se me tornou um opróbrio e ludíbrio todo o dia”.
Quantos já não deixaram o evangelho de lado por causa do cenário encontrado? Contudo, Jeremias, movido de profunda dor nunca cessou de avisar, pregar, clamar ao povo para que seguisse o caminho da retidão. Nunca deixou de anunciar a um povo que não queria ouvir o caminho da verdade. E quanto a nós? Faríamos a mesma coisa?
Será que temos motivos suficientes para negarmos pregar o evangelho, olhando para as dificuldades que Jeremias enfrentou em seu ministério? Penso que não!
Em seu próprio tempo, nem os pobres, nem os ricos queriam saber de Deus, muito menos viver pela retidão de sua palavra.
Ninguém procurava minimizar o sofrimento de seu próximo, a causa das viúvas era esquecida, os órfãos negligenciados.
Os profetas e os sacerdotes, já há muito tempo, andavam pela senda da morte, e desconheciam o “se envergonhar”. Nem os atalaias eram retos de coração. Não vigiavam e, por consequência, não avisavam as pessoas do perigo iminente! Como atalaia, Jeremias estava só!
Será que é motivo justificável anunciar aquilo que o povo quer ouvir em detrimento da palavra de Deus, para que não sejamos pesados, tidos como inimigos, profetas do apocalipse ou, ainda, emissário das más notícias? Jeremias não estava preocupado com tais coisas. Jeremias amava seu povo a ponto de lhe dizer a verdade por pior que sua situação ficasse, mas penso que nossa geração não é capaz de atos tão altruístas quanto o de Jeremias.
Afinal de contas, o que teria ocorrido se Jeremias anunciasse o que as pessoas queriam ouvir? Nunca saberemos ao certo!
Dia após dia, a apostasia, nos dias de Jeremias, aumentava gradativamente. Seus brados eram ignorados, sua voz perdia-se dentro da multidão. A multidão ansiava por calá-lo! Preferiram celar o destino do profeta a dar-lhes ouvido.
O amor de Jeremias pelo seu povo não só o impediu de desistir deles, mas também, fê-lo proferir as palavras mais duras já proferidas contra um povo.
A situação da nação era crítica! Em meio ao seu ministério, Jeremias pode ver o cumprimento de suas palavras, pois já não havia uvas na vide, nem figo na figueira, mortes por todos os lados, corpos jazidos pelo chão, terra seca e estéril. Tudo foi devastado, tudo foi destruído! Eles plantaram trigo e colheram espinhos.
Ainda houve tentativas vãs pela busca da face de Deus com lábios não arrependidos, mas não com seus corações. Sendo Deus aquele que sonda os corações, não foram atendidos em suas petições e, por serem motivados pela natureza que lhes corrompia a alma, buscaram seus próprios desejos nos braços de outros deuses, tornando a apostasia ainda mais vil.
Jeremias viu tudo isso acontecer! Batalhou até o fim quando, segundo a história, foi morto por aqueles que tanto amou. No entanto, cumpriu com seu ministério guardando fiel a palavra que havia recebido e pela qual sofreu uma vida inteira, alcançando o Reino eterno do qual é participante ele e tantos outros que retiveram em seus corações as palavras da profecia do Livro de Deus.
Hoje, estamos propensos a pregar o que agrada aos ouvidos, a dar tapinhas nas costas, a seguir a massa na contramão do evangelho, a anunciar paz, prosperidade, saúde e sucesso, pregar auto-estima e auto-suficiência egocêntrica.
Estamos caminhando rumo à incapacidade plena de sofrer por causa do evangelho. Estamos tão imaturos que ao menor arranhão em nossa frágil casca egocêntrica, largamos tudo de mão a fim de restabelecer a paz, proporcionada pelo mundo, de volta as nossas vidas. Jeremias não era assim, quiçá Paulo que aprendeu quanto importa sofrer pelo nome de Cristo. E quanto a nós? Seguiremos a geração de Jeremias ou o exemplo dado pelo profeta Jeremias?
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Este texto está licenciado sob uma Licença Creative Commons.
Postado por Ricardo Inacio Dondoni

segunda-feira, outubro 5

Citação, Reuben Archer Torrey


Todo estudante cuidadoso e todo leitor da Bíblia acha que existem coisas difíceis de compreender nas palavras do apóstolo Pedro, aquelas que dizem respeito às Escrituras... (2ª Pe 3.16), mas que são tremendamente verdadeiras.
Quem de nós não descobriu coisas na Bíblia que nos desconcertaram, coisas essas que no início de nossa experiência cristã nos levaram a questionar se a Bíblia, afinal, era a Palavra de Deus? Na Bíblia, descobrimos algumas coisas que parecem impossíveis de ser reconciliadas com outras que também estão na Bíblia. Descobrimos algumas coisas que parecem incompatíveis com a idéia de que toda a Bíblia é de origem divina e totalmente inerrante...
[A Bíblia é] uma revelação da mente, e do desejo, e do caráter, e do ser de um Deus infinitamente grande, perfeitamente sábio e totalmente santo... [mas] a revelação... [é] feita para seres finitos cujo conhecimento é imperfeito e cujo caráter também é imperfeito e, por seguinte, esses seres imperfeitos em seu discernimento espiritual... Portanto, em virtude das necessidades específicas do caso, deve haver dificuldades nesse tipo de revelação proveniente desse tipo de fonte transmitida a tais pessoas. Quando o finito tenta compreender o infinito é normal haver dificuldades...
Não é prudente tentar ocultar o fato de que essas dificuldades existem. Faz parte da sabedoria, como também da honestidade, encarar francamente essas diferenças e as levar em consideração.

R. A. Torrey, Difficulties in the Bible: Alleged Errors and Contradictions
(Moody Press, data não informada), pp.9-10.
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