quarta-feira, dezembro 3

Straw Man (Falácia do Espantalho)


É, até, estranho a existência de uma falácia com este nome, mas apesar no nome pouco sugestivo para identificar uma falácia, ela é presente no nosso dia-a-dia.
O espantalho é um boneco colocado em determinado ponto da plantação para espantar alguns tipos de aves, atuando, diretamente, na percepção daquele a quem quer enganar, fazendo com que creia que o boneco seja na realidade um homem, o que por natureza afastaria a presença dos pássaros naquela região.
A falácia funciona mais ou menos da mesma forma. Ela parte da desconstrução do argumento original que era sustentável e com premissas irrevogáveis, para um argumento que possa ser rebatido, partindo do entendimento do contra-argumentador (do ouvinte).
Vejamos como isso ocorre:
O argumento original: “O homem que se torna um cristão tem seus valores, costumes, moral e ética alterados positivamente!”.
O contra-argumento: “Não creio que o Cristão seja tudo isso, porque conheço vários que são piores do que aqueles que não possuem religião alguma”.
Todos nós, ao ouvirmos este contra-argumento somos tentados a concordar, em parte, com o contra-argumentador, contudo, o que não percebemos é que nosso discurso foi alterado, para perder o peso do argumento original que era por si só sustentável, para outro semelhante, mas insustentável.
No exemplo em questão, o argumentador descreve o cristão, aquele que se tornou nova criatura e não vive na prática do erro. No argumento original, não há menção de que ele seja incapaz de pecar, mas sim, que seus valores são alterados, portanto, o argumento inicial não questiona o fato de ainda pecarmos, até porque iria contra as afirmações das escrituras e perderiam sua sustentabilidade, uma vez que as escrituras afirmam que aquele que diz não ter pecado, é mentiroso e a verdade não está nele.
A fim de desviar, sutilmente, e permitir sobrepor seu posicionamento, o contra-argumentador foge do argumento principal e, partindo do seu próprio entendimento sobre a questão, reescreve o argumento enfraquecendo sua sustentação de modo a rebatê-la, assemelhando o cristão ao religioso.
Cristão e religioso não são sinônimos! Não há uma via de mão dupla entre os termos em questão, aliás, o que funciona num sentido interpretativo não funcionará no outro sentido.
As escrituras atentam que nos tempos de Jesus haviam vários religiosos, contudo, a profunda religiosidade os havia cegado para aquilo que juravam defender, a Lei e os profetas.
As escrituras interpretam as escrituras. Isto é um fato! Por meio delas, sustentamos nosso posicionamento e tornamo-nos compreensíveis àqueles que nos ouvem, pela falta dela, tornamo-nos religiosos, cegos, surdos e incapazes de falar acerca da verdade.
Quando mais nos aprofundarmos em conhecer a Cristo e as escrituras, mas fácil será identificar as falácias usadas pela nossa geração na tentativa de fugir da verdade que lhe é dura demais.
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