terça-feira, dezembro 16

Nas adversidades, somente uma única saída correta!


E partiu Barnabé para Tarso à procura de Saulo; tendo-o encontrado, levou-o para Antioquia. E, por todo um ano, se reuniram naquela igreja e ensinaram numerosa multidão. Em Antioquia, foram os discípulos, pela primeira vez, chamados cristãos. Naqueles dias, desceram alguns profetas de Jerusalém para Antioquia, e, apresentando-se um deles, chamado Ágabo, dava a entender, pelo Espírito, que estava para vir grande fome por todo o mundo, a qual sobreveio nos dias de Cláudio. Os discípulos, cada um conforme as suas posses, resolveram enviar socorro aos irmãos que moravam na Judéia; o que eles, com efeito, fizeram, enviando-o aos presbíteros por intermédio de Barnabé e de Saulo.” (At 11.25-30)

No berço do cristianismo encontramos esta passagem de grande relevância, na qual aquele que profere a palavra de Deus, o profeta, desce de Jerusalém para Antioquia, realizando um movimento contrário ao previsto. Afinal de contas, Jerusalém era o berço do Cristianismo e não Antioquia.
Contudo, Jerusalém foi incapaz de crescer no meio das adversidades. As crescentes e constantes oposições ao ministério dos apóstolos tolheram as características que a tornaram berço do cristianismo. O que restou de Jerusalém? Uma igreja incapaz de subsistir sem o auxílio de seus irmãos mais novos.
Toda a oposição e resistência ao Cristianismo tornaram mais fortes as raízes das congregações que se formaram fora de Jerusalém, contudo, a mesma oposição e resistência dentro da cidade santa, amorteceu os vivos, impedindo que os frutos do Espírito se tornassem mais evidentes, dia após dia.
A oposição a causa cristã torna possível o homem exercer seu livre-arbítrio. Antioquia firmou-se na palavra e pela palavra, não indo além do que estava escrito, nem tão pouco, ficando aquém do que havia sido ordenado. Como resultado de seu proceder, o tempo lhe fez florir e frutificar, tornando-se o centro do evangelismo da igreja primitiva, de onde todos vinham e para onde todos seguiam.
Aquela geração de Cristãos em Antioquia nunca se exaltou. Soube portar-se diante dos fatos e sustentar a igreja de Jerusalém. Antioquia sabia que não era Jerusalém a quem Cristo havia ordenado ser a primeira a ouvir a mensagem de arrependimento, nem tão pouco se julgava capaz de responder pelo nome de Judéia ou, ainda, Samaria.
A Ordem de Cristo havia sido bem clara: “sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra”.
Antioquia fazia parte da última porção mencionada, confins da terra, situada entre todas as nações e por analogia, semelhante a elas em todos os seus pecados. Nada que pudesse ser ostentado por um cristão como alcunha de digno de honra.
Foi, exatamente, por reconhecer a infinita misericórdia, graça e benfeitoria recebida que ela mais se doou, evangelizou e discipulou em nome de Cristo, sem ter que tomar para si aquilo que não lhe pertencia. Cabia a Antioquia ser Antioquia e a Israel ser Israel.
Aquela geração em Antioquia nunca olhou para as impossibilidades. Olhavam para Cristo e para tudo o que Ele queria fazer aos seus através deles.
Através do evangelho reconheceram a oportunidade da salvação e a miserabilidade humana, o que os tornaram cristãos ativos numa sociedade a margem da salvação.
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