sábado, setembro 16

Sola Scriptura!

“Qualquer ensinamento que não se enquadre nas Escrituras deve ser rejeitado, mesmo que faça chover milagres todos os dias”.
Martinho Lutero

A muito tempo atrás, quando eu e você não éramos nascidos, um homem levantou-se para ser boca de Deus aos homens do seu tempo, o ex-monge agostiniano, Martinho Lutero.
Em seu tempo, séc XVI, Lutero pôde constatar que a Igreja não seguia mais a Bíblia, não a tenha como infalível e única verdade.
O tempo, a soberba e o individualismo alargaram a distância entre os líderes das Igrejas e suas congregações.
A Bíblia passou a ter um caráter secundário. A palavra digna de aceitação era a voz melodiosa do Homem, o qual, incluiu os sacramentos, a necessidade da fé mais as obras para salvação, a inserção da tradição papal como verdade além das escrituras, Cristo mais Maria como Co-intercessora, a interseção dos Santos e dos Anjos, entre outra coisas.
Foi dentro deste contexto que o monge agostiniano Martinho Lutero propôs-se a estudar as Escrituras com profundidade e especializou-se nas cartas aos Romanos, Gálatas e Hebreus, vindo a perceber os erros da Igreja Mãe.
Ao se deparar com o desvio ocorrido com a palavra de Deus, contrapos-se, veementemente, o destemido sacerdote.
Lutero partiu para uma ofensiva, afixando na porta da igreja de Wittenberg noventa e cinco teses contra as indulgências que as
pessoas pagavam para alcançarem o céu.
Com esse pensamento, Lutero dirigiu-se a Augsburgo, cidade alemã, onde se defrontaria com os representantes do Papa Leão X. Convidado a retratar-se, Lutero não se dobrou diante de ameaças e confirmou todas as verdades que dissera em seus escritos. Não poderia renunciar à verdade. O prelado inquisidor, cheio de ódio, disse-lhe: "Retrate-se ou mandá-lo-ei a Roma".
Ao contrário do que se esperava, Lutero disse: “Não me retrato de coisa alguma a não ser que me convençam pelas Escrituras e por argumentos irrefutáveis”.
O monge agostiniano declarava aos seus ouvintes: “Sola Scriptura, Sola Fide, Sola Gracia, Solo Cristo, Soli Deo Gloria” (Somente a Escritura, somente a Fé, Somente a Graça, Somente Cristo, Somente a Deus a Glória).
Somente as escrituras (Bíblia) eram a autoridade infalível dentro da Igreja e não o Papa.
A reforma impulsionou o povo a ler a Bíblia, pois esta se tornou acessível na liguagem do povo.
Contra tudo e todos, Lutero lutou para que as verdades bíblicas chegassem até nossos dias.
A grande pergunta é, o que estamos fazendo do evangelho que nos foi entregue?
Estamos pregando a pureza da palavra de Deus, ou estamos misturando-a ao veneno de víboras que aos poucos entorpecem o corpo de Cristo?
Cuidado com o que você escuta, que é lícito, convém.
Aos poucos um delicioso veneno desce pelas nossas veias causando torpor e enfraquecendo a palavra de Deus afixada em nossos corações. Debilita, desfalece e esmorece nossas defesas contra o inimigo de nossas almas.
Tais conceitos estão entrando na Igreja pela porta da frente.
Em nossas casas, a TV encarrega-se de dizer ao Cristão tudo o que deve considerar normal, incluindo todos os tipos de relacionamentos possíveis e até bem pouco tempo, inimagináveis.
Não nos preocupamos mais se nossos louvores e hinos expressam verdades eternas, a maioria das igrejas deseja apenas que sejam melodiosos.
Escola Dominical? Para quê? É atraso de vida, posso muito bem estudar sozinho e render muito mais. Pena que não o fazem!
Para que alimento sólido, se recebo uma papinha deliciosa? Tais pensamentos refletem a maioria das Igrejas.
O que se prega hoje? Dê ordens a Deus, e Ele lhe dará tudo o que quiser! Riquezas, títulos, reconhecimento social, econômico e político, uma vida economicamente estável e rentável. Existem até pessoas que pedem que Deus as abençoe na prática dos seus erros, e em todo o tipo de relacionamento possível. É, isto, bíblico? É claro que não. Não há entendimento de quem é DEUS, pois se houvesse não se atreveriam a pensar dessa forma.
Lutero, em seu tempo, lutou para que a palavra de Deus fosse tida como fiel, integra e única fonte infalível e verdadeiramente confiável, assim como seu entendimento e aplicação.
Façamos a brasa que há em nós queimar intensamente nesta noite fria que se aproxima.
Os cidadãos do mundo questionam-se: Por que servir a Deus? Por que dar-lhe o primeiro lugar em minha vida? Por que converter-me a Cristo, se os cristãos que conheço refletem atitudes mesquinhas, legalistas, medíocres, desrespeitosas com aqueles a quem chamam de irmão? Quanto mais com aquele que são de fora. Por que me tornar Cristão, se estou bem melhor do que eles, afinal de contas, quando eleitos pelo voto do povo, roubam de semelhante forma aos não cristãos?
Podemos corrigir o rumo da Igreja se atentarmos para a voz de Deus. As Escrituras oferecem o consolo para o pecador. Somente elas não se contradizem. Somente elas são o pilar, base e sustentação da nossa fé.
Só elas são verdadeiramente inspirada por Deus.
A respeito delas, Deus falou: “O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar.”
“Sola Scriptura”, foi um brado contra os desvios acerca da palavra de Deus. Brado, esse, que novamente necessita ser ouvido pelas ovelhas de Deus.
Não devemos manejar a Palavra de Deus a nosso bel-prazer e lhe dar o entendimento que quisermos. Ex.: Jacó trabalhou 7 anos para ter Léia como esposa e mais 7 anos para ter Raquel, totalizando 14 anos de trabalho. Por isso devemos num ato de fé, acreditarmos na Palavra de Deus e demonstrar nossa crença nas escrituras depositando cada um 14 reais na cestinha da congregação!
Se, por acaso, tivessemos Cristãos de Beréia andando entre nós, certamente teriam vergonha de nossas atitudes como Cristãos, pois eles “receberam a palavra com toda a avidez, examinando as Escrituras todos os dias para ver se as coisas eram, de fato, assim”.

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