terça-feira, março 24

Qual é o alicerce da vida cristã?


Por mais que aparente, não é uma pergunta retórica. Infelizmente, a resposta óbvia deixou de ser a verdadeira por ser dura demais para a maioria da cristandade atual.
Por mais que isto salte, estranhamente, aos nossos olhos, esta geração, indiretamente, abraço um discurso e uma prática não cristã. Enquanto todos nós sabemos que à única resposta possível para o alicerce da vida cristã é Jesus Cristo e seus ensinamentos, também deveríamos saber que nossa geração alega o seguir com lábios, mas todo o restante está bem longe disso! Indiretamente, ao negligenciar o exemplo de vida divina habitando num corpo carnal, evidenciado através de Jesus Cristo, nosso verdadeiro discurso afirma que os ensinamentos de Cristo são duros demais para serem seguidos por pessoas tão castigadas pela vida e, ainda, que é possível desenvolver todo ministério cristão de uma forma mais branda, paliativa, despretensiosa, onde as palavras não sejam contundentes, nem que as pessoas necessitem ser contrariadas.
Em nossos dias, criamos inúmeros mecanismos de evangelização a fim de tentar pregar o evangelho sem ofender ninguém, sendo suave, dócil e, às vezes, chegamos a ficar a margem daquilo que, verdadeiramente, deveria ser dito. É óbvio que Jesus não fazia assim! Jesus era simples! Seu método de formar discípulos era prático e direto: “Segue-me, e deixa aos mortos o sepultar os seus próprios mortos” ou “Partindo Jesus dali, viu um homem chamado Mateus sentado na coletoria e disse-lhe: Segue-me! Ele se levantou e o seguiu” ou, ainda, “Disse-lhe Jesus: Se queres ser perfeito, vai, vende os teus bens, dá aos pobres e terás um tesouro no céu; depois, vem e segue-me”. E por fim, “As raposas têm seus covis, e as aves do céu, ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça”. Ou seja, o convite era para seguir alguém que não poderia dar nenhuma benfeitoria material.
A pregação de Jesus estava longe de ser agradável e atrativa! Sem promessas de prosperidade, riquezas, engrandecimento, melhoria de vida, status social e quando alguém ousava pensar de si mais do que convinha ele não perdia tempo entre a análise do erro e a correção das atitudes, como por exemplo, na frase a seguir: “Não obstante, alegrai-vos, não porque os espíritos se vos submetem, e sim porque o vosso nome está arrolado nos céus”.
Na realidade, não havia muito positivismo nas palavras de Cristo quanto ao modo de vida aquém das escrituras das pessoas de seu tempo, fossem eles seus discípulos ou oposição. Em suas palavras sempre havia um peso terrível de sinceridade evidenciada pelas expressões “raça de víboras”, “serpentes”, “hipócritas”, “néscios e tardos de coração”.
Não havia em Cristo, nenhuma tentativa de tornar seu discurso mais agradável, diluído e amigável. Suas palavras de tão incisivas não deixavam qualquer mal entendido diante da real necessidade emergencial que pregava acerca do homem vivente, diferentemente, do que vemos em nossos dias, onde pregamos um evangelho remendado, prepotente e açucarado, onde se dá mais importância a não ferir susceptibilidades do que anunciar a verdade doa a quem doer.
Enfim, parece que esquecemos que a mensagem que pregamos visa a transformação do homem com vistas a salvação eterna. Um tapinha nas costas alegando que as coisas irão melhorar no futuro, simplesmente, não serve! Isto não adianta contra a morte eterna e o pleno distanciamento de Deus, mais vale uma verdade dolorosa que pode mudar nossas vidas, do que uma mentira açucarada que me conduzirá ao inferno.
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