quarta-feira, fevereiro 25

Uma descida escorregadia...


Alguém já teve a infeliz idéia de procurar no You Tube o que é um culto cristão, nos formatos americanos? Eu já, infelizmente!
Sejamos verdadeiros! Nós, brasileiros, importamos toda a cultura americana, desde alfinetes a foguetes. Exportamos filmes, modo de vida, cultura, e, por fim, infelizmente, interpretações teológicas.
Ao analisar os cultos americanos, onde as massas cristãs se reúnem em mega igrejas, onde a palavra não é pregada, mas sim, fama, riqueza e prosperidade. Fico, extremamente, preocupado com o rumo da igreja cristã.
Nestas Igrejas, o pregador é um animador de palco, um vendedor ou, ainda, um empreendedor, às vezes, até um guia turístico, que passeia mostrando os points mais agradáveis aos seus turistas. Estes ignoram porções das escrituras a fim de não constranger àqueles que estão lhe ouvindo, afinal de contas, a platéia não pode nem deve ser contrariada, senão o risco de não voltarem no próximo final de semana será imenso. Algumas destas, ditas, “igrejas” não falam nem sequer sobre pecado, justificando seu proceder no amor incondicional de Deus.
Estes cristãos, não escutam a palavra de Deus, mas sim um show, onde são convidados a fama, sucesso e glória. A Bíblia é usada como amuleto, sua palavra não é lida. Há euforia, gritos histéricos e ampla falta de senso cristão.
Fico me perguntando como chegaram àquele ponto? Como aceitaram uma deturpação tão clara, tão evidente da palavra de Deus? Por que não se levantam contra àquela apostasia?
Só me vem uma resposta a mente. Ela não ocorreu brutalmente, mas sim, de forma gradual.
Pode parecer redundante, mas a redundância deveria nos fazer refletir mais ainda sobre o significado desta sentença: “Cada passo para fora do evangelho é um passo a menos rumo à centralidade em Cristo!”
Creio que nunca perceberam o que ocorreu, pois foi de forma lenta e gradual, pequenas concessões, assimilação de culturas não cristãs, tidas como excelentes idéias para alavancar a Igreja num mundo pós-moderno tornando-a mais eficaz a uma geração desvirtuada.
A Igreja americana conseguiu o que desejava: “Alguns templos que seguiram esta tendência, estão, verdadeiramente, lotados, mas a que custo?
Custou nada mais, nada menos do que a Verdade!
Obrigado, mas não estou disposto a pagar este preço em prol do crescimento desordenado e que não angaria uma alma sequer a salvação.
Ricardo Inacio Dondoni
Superintendente da Escola Bíblica Dominical
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Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons.

4 comentários:

Paulo Adriano Rocha disse...

Na realidade, o inimigo se infiltrou no campo bom lentamente... e hoje a coisa está como está. Frieza espiritual, mas muito calor HUMANO. O negócio é apenas EU, MEU SUCESSO, MINHA PROSPERIDADE e, infelizmente, o Brasil está nesse mesmo caminho, né? E olha que isso é antigo, né? Eu me lembro de, quando em criança, ter assistido uma comédia que tratava justamente de um tipo de pastor desse. Imagina como não deve estar hoje?

Que Deus ajude os líderes do Brasil a não seguirem este mesmo exemplo, senão estamos falidos!

Allan Ribeiro disse...

Caro Ricardo,

O seu ponto principal está certíssimo! Agora, justiça seja feita, não vamos julgar o todo pelas partes.

Estive nos Estados Unidos por duas vezes (2000 e 2001) para dar meu testemunho. Estive em muitas igrejas e o que vi não é isso que está na internet.

Estive em uma igreja batista dos negros (eles dizem assim mesmo), na Louisiana, bem pequena, em que as pessoas se vestem muito bem para a EBD e a pregação é cantada como se fosse um blues.

Estive em uma mega-igreja (também batista) no mesmo estado que tinha duas quadras esportivas, uma academia de ginástica e um auditório para milhares de pessoas. O prédio custou 15 milhões de dólares, me informaram. Não assisti a um culto lá.

Visitei uma outra mega-igreja (5.000 membros) em Portland de uma denominação acho que neopentecostal. O pastor era um pontinho em um palco distante. O prédio já foi um ginásio esportivo.

Em Fresno fui a uma igreja com 600 membros e 6 pastores. Mas a pregação foi maravilhosa e a comunhão entre os irmãos era forte.

E estive em quase uma dezena de pequenas igrejas onde se cantam hinos e às vezes se toca música mais moderna. Eram geralmente igrejas pequenas, em que as pessoas se conhecem pelo nome e são muito calorosas com os visitantes.

Enfim, há coisas boas e coisas ruíns lá. As igrejas com acesso à internet geralmente são mesmo as gigantescas, com muito dinheiro, que você mencionou, mas, quando Jesus voltar, vai encontrar servos bons e fiéis naquela enorme nação.

Unknown disse...

Graças a Deus, esta análise esta errada, no contexto destas igrejas visitadas. Fico feliz por isto!

Mas preocupo-me com o que é importado. O tipo de evangelho associado as Mega-Igrejas e seu, aparente, sucesso.

No entanto, concordo contigo que tal expressão não é a soma da cristantade americana, tão pouco evidencia a mundial.

Allan Ribeiro disse...

Em uma dessas viagens fiquei hospedado em na casa de um velho missionário, que havia servido no Brasil.

Estava muito empolgado com o pastor novo que tínhamos em nossa igreja e estava contando para o missionário todas as novidades (importadas) e acabei dizendo que seria tão bom se mais igrejas pudessem fazer daquele jeito.

Ele, do alto de sua sabedoria, me me cortou, dizendo: "Não existe receita de igreja. Cada uma tem que descobrir como Deus espera que ela sirva."

Hoje penso assim. Aquela igreja enveredou por uma feira de importações e receitas prontas. Trocaram o Evangelho pela auto-ajuda (eu tinha um pequeno grupo onde estudávamos um capítulo da Bíblia por semana, mas o pastor queria que nós trocássemos por outros livros).

Então, eu concordo totalmente com você!

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