domingo, janeiro 14

Os que ficam e os que partem

A justiça liberta do aguilhão da morte, mas não do choque que ela causa”.
Matthew Henry

Talvez, nada nesta vida seja mais doloroso do que despedir-se de entes queridos, por ocasião de seus falecimentos. A verdade é que não estamos, nunca estivemos, nem estaremos preparados para a morte, simplesmente porque Deus não nos criou para morrer, mas para viver eternamente em comunhão com Ele. Nada machuca mais do que a separação. Neste momento, somos tomados de questionamentos, dúvidas, reflexões, divagações, receio, medo, temor, tremor e tristeza. Não aceitamos nem desejamos compreender nada, apenas nos fechamos. E se pudermos, fazemos conforme a lagarta, trancamo-nos dentro de um casulo do mais puro tecido: sem contato com o mundo exterior muito menos com as pessoas que nele habitam. Não por elas mas por nós. Apenas porque, inconscientemente, termos certeza de que a resposta para nossas indagações não vem do homem natural, do psicólogo, do médico, do homem que espiritualiza tudo, do homem que materializa tudo. Nos fechamos, não por piedade própria, mas por identificarmos que a respostas as nossas perguntas só podem ser respondidas por uma "consciência maior". Somente o próprio criador de todas as coisas pode dar uma resposta satisfatória a questão da morte e o problema do sofrimento. Homem algum pode confortar outro, se não for usado pelo próprio Espírito Santo para trazer alento àquele que sofre. A justiça de Cristo nos libertou do agulhão da morte. Já não morremos a morte eterna, porque Cristo se entregou voluntariamente por nós, mas ainda podemos sentir o choque do agulhão. Até que sua Igreja seja arrebatada os choques serão sentidos, os que ficam e os que vão. Talvez, muito mais pelos que ficam, se levarmos em conta o que Paulo disse: “Ora, de um e outro lado, estou constrangido, tendo o desejo de partir e estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor. Mas, por vossa causa, é mais necessário permanecer na carne”. Em virtude de tais palavras, o que dizer a respeito daqueles irmãos que amamos e não estão mais conosco? Ora, é certo que estão numa situação infinitamente melhor do que a nossa. Nós que ficamos, devemos prosseguir na jornada a qual o profeta Oséias nos convida continuamente: “ Conheçamos e prossigamos em conhecer ao SENHOR; como a alva, a sua vinda é certa” . Tenhamos Fé e deixemos Ele cuidar das nossas feridas abertas. Sabemos que Jesus foi ao encontro do Pai, mas Ele nos deixou seu Santo Espírito consolador conosco. Glória a Deus...

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