quarta-feira, agosto 26

Peregrinos, Embaixadores e Cidadãos do Reino

Infelizmente estamos mergulhados no presente século, assumindo suas características, ao invés de transformarmos o mundo e as pessoas através do simples testemunho de vida sem, necessariamente, ação de palavras.
Digo isso porque o embaixador, por mais que saiba falar no idioma local, não pensa da mesma forma que as pessoas que lhe cercam. Sua construção vocabular segue o padrão aprendido em sua terra natal. O embaixador é um representante de outro país, com características que diferem daquele a qual foi enviado. Gestos, atitudes, construção gramatical, modo de pensar e agir, seu próprio padrão de moral e ética não condizem muitas das vezes com o ambiente em que está inserido. Seu raciocínio considerado lógico para os integrantes de sua própria terra, segundo os padrões culturais do país a que foi enviado, beira a loucura e insensatez. De certo modo, por palavras, o embaixador encontrará enormes dificuldades,..., aparentará aos seus ouvintes ser um pregador de coisas estranhas, as quais ele mesmo é incapaz de vivenciar.
No entanto, quando as palavras e as ações trabalham juntas em prol do mesmo objetivo, sincronizadas sob uma mesma meta, agindo como uma coisa só, sendo uma extensão da outra, encontramos por sinal a definição do embaixador de Cristo que prega de modo eficiente e eficaz, em tempo e fora de tempo, ora falando, ora agindo, pois em seu falar, a ação está expressa e seu agir não é nada mais do que a materialização daquilo que professa.
Quando as duas coisas se tornam uma só, mesmo que o cristão continue sendo considerado um estranho, pois seus hábitos, suas atitudes e seu modo de pensar e agir não refletir em nada a características das pessoas que lhe cerca, ele continuará a ser bem quisto por todos. E aquela barreira impenetrável de comunicação que existia entre ele e o não convertido, dia após dia, sofrerá enormes abalos sísmicos, vindo a ruir num futuro vindouro, tão distante quanto sua inabilidade para conciliar palavras e atitudes, mas tão próximo quanto à ação do Espírito Santo é capaz de sincronizar conhecimento e ações.
As características essenciais a natureza do cidadão do Reino, só de longe podem ser percebidas por aqueles que professam serem cidadãos do Reino! Por quê?
Ora, se somos peregrinos em terra estranha, não pertencemos ao presente país, no entanto, muitos de nós, quiçá, quase a totalidade, temos a forma exata e o encaixe perfeito às atitudes do homem carnal, mas pouco conhecemos a respeito da terra que professamos ser cidadãos!
Ora, se somos embaixadores de Cristo, anunciaríamos as bem-aventuranças daquele Reino, no estabelecimento daquele Reino, promulgando e propagando o Reino de Deus, mas estamos mais preocupados em contrabandear coisas que são daquele Reino para mesclar com a cultura local e tornar o presente reino mais aceitável ao padrão de vida que queremos para nós enquanto embaixadores de um Reino que ao mesmo tempo é chegado, no entanto, ainda se aproxima.
Ora, como cidadãos do Reino de Deus, nós saberíamos discorrer sobre o arrebatamento, que é a bendita esperança da Igreja, sobre a tribulação, sobre as profecias cumpridas e as que ainda se cumprirão, sobre a natureza fidedigna daquele que nos chamou do império das trevas para o seu Reino, sobre as bem-aventuranças vindouras, sobre a cessação do sofrimento no porvir, sobre o estabelecimento do Reino perfeito, sobre a natureza do cidadão do reino dos céus, sobre a brevidade do momento histórico, sobre a realidade profética e o cenário mundial que nos cerca, pois estaríamos constantemente buscando recordar aquilo que trás esperança, a lembrança da terra natal, onde já não somos peregrinos, onde temos uma casa e um lar, onde àqueles que lá estão, nos aguardam ansiosamente. Discorreríamos sobre esta terra como um peregrino em terra estranha ansiando retornar a sua terra natal.
Contudo, temos embaixadores que não sabem anunciar seu Rei, nem sua terra e não se importam, nem um pouco, com isso. Temos peregrinos que não diferem em nada dos habitantes locais, sabendo mais da cultura local do que da terra que diz pertencer. Temos cidadãos do Reino que desconhecem os padrões de conduta, normas, padrões de ética e comportamento inerentes àqueles que alegam pertencer aquela terra.
Às vezes, tenho a impressão que nos falta entender e ser peregrinos em terra estranha, na qualidade de embaixadores, anunciando o rei e seu reino em tempo e fora de tempo.
Nossa natureza que se renova dia após dia, ligando-se mais e mais a nova realidade a qual somos chamados, ser imitadores de Cristo, expressa, veementemente, a natureza do cidadão do Reino de Deus, que estará mais presente em nossas vidas a medida que nos dedicamos mais a conhecer e propagar o Reino...
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Postado por Ricardo Inacio Dondoni

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