O Natal deveria ser a festa da família, do amor, da harmonia e da alegria. Mas a realidade muitas vezes é bem diferente.
Um menino de nove anos escreveu: "Eu sei que o Natal deveria ser uma época religiosa, mas na nossa casa Natal significa comer, beber e dar presentes". Para muitas famílias, o Natal tornou-se literalmente um fardo. Uma pesquisa realizada na Inglaterra mostrou que a cada Natal acontecem brigas em mais de três milhões de famílias. Um jornal estampou a manchete: "Pressão Natalina", falando das pessoas que sucumbem sob o estresse típico dessa fase, quando as exigências ultrapassam os limites. Existem reportagens falando da "Depressão Natalina", pois para muitos, tempo de Natal é tempo de chorar. As festividades se tornam insuportáveis por trazerem lembranças amargas do passado, muito stress, solidão e vazio. A época de Natal registra mais lapsos nervosos do que qualquer outra época do ano. Muitos se refugiam em atividades frenéticas, em comilanças e bebedeiras.
Por que será que isso acontece? Provavelmente porque na época de Natal as pessoas procuram estar mais próximas umas das outras enquanto estão muito distantes do verdadeiro e real sentido do Natal, que é Deus tornando-se homem e vindo ao mundo na pessoa de Jesus Cristo.
A vinda de Jesus a este mundo há 2000 anos atrás foi obscurecida pela constatação? "E ela (Maria) deu à luz o seu filho primogênito, enfaixou-o e o deitou numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria" (Lucas 2.7). Um conhecido teólogo escreveu:
"Sem lugar!" Essas palavras vergonhosas descrevem bem mais que a hospedaria superlotada em Belém, pois se aplicam com exatidão ao mundo de hoje. Infelizmente a maioria das pessoas, por estarem tão ocupadas, continuam não dando lugar a Jesus em suas vidas. Sem que percebam, o Natal chega e passa despercebido como aconteceu com a maioria das pessoas de Belém e seus arredores na noite em que Jesus nasceu.
Há muito tempo Deus já vinha preparando tudo para enviar Seu Filho a este mundo para a salvação da humanidade. Com esse alvo em mente, escolheu primeiramente Abraão, depois Isaque e Jacó. De Jacó vieram às doze tribos de Israel, que foram para o Egito e de lá deram origem ao povo hebreu, que vieram a ser uma grande nação como Deus havia dito. Saíram do Egito e chegaram à terra prometida, em Israel, onde Deus estabeleceu Reis para governá-los. Davi era de Belém e foi um desses reis. Belém, segundo a profecia de Miquéias 5.2, seria a cidade onde nasceria o Salvador. Deus dirigiu os acontecimentos mundiais de tal forma que tudo estivesse pronto para a chegada de Jesus.
Finalmente era chagada à hora: "Vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a Lei" (Gálatas 4.4). Esse versículo demonstra o empenho de Deus em Salvar o mundo - na "plenitude do tempo", ou seja, quando o tempo estipulado por Deus havia chegado. Mas quando veio não havia lugar para Ele, e é assim até hoje. Não admira que o Natal, ao invés de ser uma festa de alegria em celebração pelo nascimento do Salvador, tenha se tornado uma data triste para muitos. É natural que nesta época o ser humano perceba de maneira especial sua própria miséria e sua solidão e o quanto esta longe de Deus. Infelizmente muitos procuram sufocar esses sentimentos negativos fazendo festas e jantares, apegando-se a mitos e tradições".
Um homem escreveu em um jornal: "Estava numa livraria e não conseguia encontrar a seção de livros cristãos. Pedi ajuda a uma vendedora, e ela me indicou uma pequena quantidade de Bíblias e hinários dizendo: 'Por causa do Natal, tivemos que colocá-los na prateleira inferior, para dar lugar às outras mercadorias'."
Essa é uma ilustração muito óbvia do que fazemos com Jesus: não Lhe damos lugar! Numa época em que nossa atenção deveria se voltar para Ele, nossa vida está repleta de "outras mercadorias". O que é essencial é desconsiderado e o que é central é posto de lado. Não são só as prateleiras que estão repletas de coisas sem importância. O coração de muitas pessoas está cheio de tudo, mas elas se sentem vazias. Esse vazio não pode ser preenchido nem com os melhores e mais caros presentes. A alma de quem não dá lugar a Jesus permanece oca e vazia - e pior ainda: fica sem salvação, perdida para sempre.
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