segunda-feira, novembro 19

Trabalhar na igreja?

Precisa-se de pessoas habilitadas, inteligentes, ocupadas, e principalmente, chamadas por Deus. Ministério não é para frustrados e desocupados.

Justo L. Gonzáles, ao escrever a respeito do surgimento das universidades, na coleção intitulada “Uma História Ilustrada do Cristianismo”, cita sobre a quantidade de tempo utilizada na formação de um teólogo na alta idade média, o que nos faz refletir e decorrer algumas linhas sobre o assunto.
“Os que queriam se dedicar ao estudo da teologia tinham primeiro de ingressar na faculdade de artes, onde passavam diversos anos estudando filosofia e letras. Depois ingressavam na faculdade de teologia, onde começavam como “ouvintes”, e progressivamente podiam chegar a ser “bacharéis bíblicos”, “bacharéis sentenciários”, “bacharéis formados”, “mestres licenciados” e“doutores”. No século XIV este processo chegou a ser tão complicado que para completá-lo eram necessários dezesseis anos de estudo, depois da graduação na faculdade de artes.”
Há uma carência de pessoas capacitadas nas igrejas contemporâneas, se é que existe igreja contemporânea. Não é difícil de notar este sintoma, porém mais complicado ainda é buscar a razão e a causa desta dificuldade. Grande é a seara, poucos são os ceifeiros, e isto já era dito pela palavra de Deus a aproximadamente 2000 anos atrás, e quanto mais o tempo passa, mais estas anomalias se agravam, e milhares de pessoas morrem sem conhecer a Jesus, e o que é mais grave ainda, outras milhares têm ou já tiveram algum contato com uma igreja “cristã”, e são como “soldados feridos deixados para traz”.
Os motivos que levam tais pessoas a deixarem de freqüentar são diversos, como por exemplo, a falta de perseverança, falta de fé, carência de pastoreio e principalmente, imaturidade, são como crianças (1Co 3.1-2), fracas e carnais. Pode ser que não crescem e estão debilitadas, pois não são alimentadas e cuidadas.
Precisa-se de pessoas habilitadas, inteligentes, ocupadas, e principalmente, chamadas por Deus, por meio da igreja para cuidar do rebanho do Senhor. Existem versículos que dizem algo como: “Deus usa as coisas fracas para envergonhar as fortes”, ou pensamentos conhecidos de que “o Senhor não escolhe capacitados, mas capacita escolhidos”. Sabemos e cremos que é Ele quem tem todo poder e a Ele deve ser voltada toda a glória, pois é por meio da sua força e dons que somos aceitos e podemos serví-lo, mas me refiro a outra coisa. Não podemos usar a soberania de Deus para relaxarmos e sermos imprudentes, e até nos desculparmos na Bíblia. Uma frase conhecida, talvez signifique este conceito: “Deus nos aceita como estamos, mas recusa a deixar-nos desta forma”.
Temos uma geração de jovens que não sabem onde querem chegar, nem ao menos sabem se querem chegar, mas o questionamento muda de direção quando perguntamos se o problema não está na geração, ou gerações passadas que deixaram de inspirar seus filhos e netos com coisas mais profundas e duradouras. Segundo a citação feita no início, identifica-se um estilo de faculdade formadora de grandes Teólogos como Lutero, Calvino, Zwinglio, entre outros, mas o que realmente é preocupante, é que hoje saem das salas de aula um grande número de pessoas descapacitadas e despreparadas. Sugere-se que além de capacitação, falta vontade e “inspiração” para tal, professores que não inspiram... Talvez porque não transpiram, mas onde queremos chegar é que realmente, conforme Paulo aconselha a Timóteo, as igrejas precisam de homens irrepreensíveis e que manuseiem bem a Bíblia, e que principalmente, tenham coragem, vida e conteúdo para poder dizer, “sejam meus imitadores, como eu sou de Cristo”. Homens que inspirem homens exemplos, homens que ensinam quietos, Homens de Deus, esforçados e capacitados por Deus.
Nota-se no meio de muitos jovens, o anelo por serem chamados para o ministério, e seguem anelando, e seguirão anelando. Não trabalham, não estudam, não sabem o que querem, mas de qualquer forma, esforçar para que se na igreja pode ter um lugar para mim? Para fazer o que? Ué, não sei!... Ministério virou segunda opção para os frustrados e desocupados, pois de qualquer maneira Deus nunca rejeita ninguém, e a seara é grande... Portanto: Eis me aqui, eu irei Senhor! Onde?...
Não sei se estou enganado, mas os discípulos foram chamados enquanto pescavam, entre tantos outros que deixaram tudo (Barnabé e Paulo), boas profissões e posses, para servir ao Senhor com excelência.
Marcos Witt citou em uma palestra no Instituto Canzion em Buenos Aires, uma frase impactante, e que se não olharmos radicalmente, pode servir bastante: “Deus esta cansado de apaixonados burros”. Realmente, um pouco forte, mas ao menos uma boa reflexão. Onde estão os bons conhecedores da Bíblia no meio das igrejas? Onde estão os líderes capacitados? Onde estão estas antigas faculdades que “seguravam o aluno” aproximadamente vinte anos para sair formado um teólogo? Onde estão os professores de escola Bíblica que inspiram outros pelo conhecimento da palavra?
Conforme diz a palavra: “Chegará o momento onde haverá fome de pão e sede de água”. Qualquer semelhança é mera coincidência.
Russel Shedd foi questionado a respeito de bons escritores e teólogos brasileiros, e com tristeza respondeu que eram raros, pois a grande maioria dos estudiosos da Bíblia e pastores hoje, não conhecem um segundo idioma e muito menos os originais (grego e hebraico), além de lerem muito pouco. Segundo o que se conhece de algumas denominações, bem aventuradas são aquelas que ainda exigem algum tipo de formação primária, secundária e teológica.
Conforme uma pesquisa realizada, a média de oração diária de pastores brasileiros são cinco minutos. Talvez falte sede de buscar a Deus e conhecer sua verdade.
Atualmente, segundo os métodos de ensino que ainda são falhos, já evoluíram razoavelmente, e hoje se ensina muito mais em menos tempo. Os métodos são mais eficazes. Porém o exemplo e o tempo gasto pelos tão conhecidos teólogos da idade média, nos impulsiona a sermos mais ousados.
Antes de concluir, é necessário lembrar que Deus tem levantado neste país, homens ousados. Por mais que sejam raros, eles ainda existem. Homens com profundo conhecimento bíblico, grande temor a Deus, humildes e cheios do Espírito. Mais homens que inspiram, homens esforçados, homens cheios de Deus e com paixão por sua presença, homens que sabem para que foram chamados, homens que reflitam a Jesus Cristo com clareza, é o que o nosso Brasil precisa. Multiplica Deus, estes homens na nossa nação.
Que diminua o percentual de homens descapacitados, pouco esforçados e que têm dificuldade de inspirar outros, e que Deus nos dê graça, compromisso, maturidade, responsabilidade, e tantos outros “ades”, para sermos excelentes nas incumbências ministeriais que Ele colocou sobre nós. Que possamos ser instrumentos para levar esta geração a lugares mais altos, e saiamos da superfície de falta de mestres, que nos conduzam ao conhecimento. Mestres que verdadeiramente conheçam a palavra de Deus e sejam dotados de conhecimento histórico, filosófico e teológico, e que possam derramar Cristo nos nossos ouvidos, através do anúncio e ensino da palavra, para que a próxima geração, venha ser melhor e menos acomodada que a atual.
Texto de Olavo Nunes

2 comentários:

Anônimo disse...

Que benção esta palavra, nos serve de alerta, Deus os abençõe.

Anônimo disse...

me fez refletir muito esse texto que maravilha Deus abencoe imensamente

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