terça-feira, setembro 4

O Medo da Inteligência

O Texto que segue abaixo, foi recomendado por um grande amigo. É interessante que o foco principal dele reflete um dos maiores conflitos atuais. Conflito este, que encontramos em qualquer setor da sociedade, seja política, economia, educação, ciência, e por que não na religião? Sim na religião também! Vivemos dentro da sociedade e estamos inseridos no mesmo meio que eles. Então porque crer que o tema abordado abaixo não reflete inclusive a situação encontrada dentro de algumas igrejas? Seria protecionismo nosso? preciosismo? Não sei, mas deveríamos observar o fato de que estamos inseridos no mesmo planeta Terra de todos aqueles que não vão a igreja. Frequentamos os mesmos supermercados, elegemos nossos lideres em conjunto com estes, sem contar que trabalhamos juntos!
O que nos faz crer que, o que acontece na sociedade não acontece no panorama cristão? Talvez, nossa cegueira! Enfim, ..., nada melhor do que um bom texto para observarmos o contexto em que estamos inseridos para refletirmos e despertarmos para as questões realmente importantes e verdadeiras...
Que todos sejam abençoados com a reflexão abaixo,...
Graça e Paz...


O MEDO CAUSADO PELA INTELIGÊNCIA
Quando Winston Churchill, ainda jovem, acabou de pronunciar seu discurso de estréia na Câmara dos Comuns, foi perguntar a um velho parlamentar, amigo de seu pai, o que tinha achado do seu primeiro desempenho naquela assembléia de vedetes políticas.
O velho pôs a mão no ombro de Churchill e disse, em tom paternal: - "Meu jovem, você cometeu um grande erro. Foi muito brilhante neste seu primeiro discurso na Casa. Isso é imperdoável! Devia ter começado um pouco mais na sombra. Devia ter gaguejado um pouco. Com a inteligência que demonstrou hoje, deve ter conquistado, no mínimo, uns trinta inimigos. O talento assusta".
Ali estava uma das melhores lições de abismo que um velho sábio pôde dar ao pupilo que se iniciava n'uma carreira difícil. Isso, na Inglaterra. Imaginem aqui, no Brasil.
Não é demais lembrar a famosa trova de Ruy Barbosa: - "Há tantos burros mandando em homens de inteligência, que, às vezes, fico pensando que a burrice é uma Ciência".
A maior parte das pessoas encasteladas em posições políticas e de chefia é medíocre e tem um indisfarçável medo da inteligência. Temos de admitir que, de um modo geral, os medíocres são mais obstinados na conquista de posições.
Sabem ocupar os espaços vazios deixados pelos talentosos displicentes
que não revelam o apetite do poder. Mas, é preciso considerar que esses medíocres ladinos, oportunistas e ambiciosos, têm o hábito de salvaguardar suas posições conquistadas com verdadeiras muralhas de granito por onde talentosos não conseguem passar. Em todas as áreas encontramos dessas fortalezas estabelecidas, as panelinhas do arrivismo, inexpugnáveis às legiões dos lúcidos.
Dentro desse raciocínio, que poderia ser uma extensão do Elogio da Loucura, de Erasmo de Roterdan, somos forçados a admitir que uma pessoa precisa fingir de burra se quiser vencer na vida.
É pecado fazer sombra a alguém até numa conversa social. Assim como um grupo de senhoras burguesas bem casadas boicota automaticamente a entrada de uma jovem mulher bonita no seu círculo de convivência, por medo de perder seus maridos, também os encastelados medíocres se fecham como ostras à simples aparição de um talentoso jovem que os possa ameaçar.
Eles conhecem bem suas limitações, sabem como lhes custa desempenhar tarefas que os mais dotados realizam com uma perna nas costas, enfim, na medida em que admiram a facilidade com que os mais lúcidos resolvem problemas, os medíocres os repudiam para se defender.
É um paradoxo angustiante. Infelizmente temos de viver segundo essas regras absurdas que transformam a inteligência numa espécie de desvantagem perante a vida. Como é sábio o velho conselho de Nelson Rodrigues: - "Finge-te de idiota e terás o céu e a terra".
O problema é que os inteligentes gostam de brilhar.
QUE O SENHOR TE ABENÇOE E TE GUARDE.

1 comentários:

Omar disse...

Um dos problemas da igreja ocidental é o desejo de galgar postos ou receber promoções e reconhecimentos, típicos do capitalismo, p/ dentro do seu seu arraial. Dessa forma, da maneira mesma maneira q o funcionário sonha em sair do chão-de-fábrica p/ ser patrão, assim tb na igreja, onde os irmão almejam sair da singeleza e da simplicidade da fé a fim de galgar posições e, quem sabe, um dia chegar a ser pastor - como se essa relação encontrasse algum amparo em Cristo.
Essa pode ser uma das raízes do medo de ser superado (em qq atividade, seja de pensamento, seja espiritual). Pessoas como estas tem medo da inteligência alheia e, no q for possível, envidarão seus esforço no sentido de apagar ou, pelo menos empanar o desenvolvimento do seu próximo.

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