quinta-feira, setembro 20

Aonde foi parar?

Aonde foi parar aqueles homens que buscavam pela simplicidade? Aonde foi parar aqueles que fugiam do enclausuramento dos livros para viver em liberdade entre o povo? O que será que ocorreu com aqueles que exalavam alegria e felicidade, a caminhar debaixo de um sol causticante? O que será que ocorreu com estes homens que com o suor do rosto transpiravam a salvação? Já não os encontro nas praças, já não os encontro no portão.
A verdade é que não os encontramos mais andando entre nós, com tanta naturalidade, quando há 5 anos atrás. A maioria deixou-se levar pelo comodismo desta geração. Nós os conhecíamos por evangelistas. Sei que ainda existem, mas não tantos quantos havia.
Já não formam a força motriz do próprio evangelho, não porque não sejam parte dela, mas porque foram trocados pelos programas de benção, promessas de cura, de prosperidade, pelas campanhas de sucesso financeiro e dos mil tipos de “desencapetamento” promovidos por algumas igrejas.
Sua força foi diminuída e seu ministério foi desacreditado. Em nosso meio, já existem aqueles que dizem que o evangelismo histórico, não serve para os dias atuais.
O maior problema é que estes que procuram desacreditar tal ministério, nunca tentaram vivê-lo. Não buscam pô-lo em prática, e realmente, não sei dizer o porquê disso. Posso citar várias explicações, mas pode ser que nenhuma delas configure o real motivo.
Mas uma coisa posso dizer acerca do “Evangelista”. Ele é aquele que mais se aproxima do homem natural (no sentido de buscá-lo), é aquele que mais o compreende. Sempre foi e sempre será assim, pois ele é aquele que se dispôs a compreender o caminho trilhado pelo homem carnal. Não só compreender, mas interagir com ele, sentir e compartilhar sua dor e alegria. Um evangelista é antes de tudo, dentre todos aqueles que decidiram por Cristo, um homem que não vive para si, mas para buscar, assim como um olheiro de futebol busca um novo craque, o evangelista busca uma nova alma que aceite Cristo como seu Senhor e Salvador.
De certo modo, este estilo de vida, debaixo do sol a buscar por almas é cansativo e desgastante. Talvez seja este um dos motivos que estão os levando à aparente extinção. Nossos líderes acostumaram-se demais com as comodidades dos templos. O próprio pastor largou as intempéries do campo para refugiar-se no templo. Ali se fixou e tornou-se sacerdote e é por este nome que quer ser chamado agora. A maioria está tão bem dentro do templo que não deseja voltar ao campo, que é o lugar do pastor.
Sob este foco, o evangelista virou uma pedra no sapato. Ele é o dedo acusador de Deus contra a Igreja, que deseja se identificar mais como templo do que como ajuntamento de pessoas.
Evangelista! É bem mais fácil amortecê-lo do que revivê-lo.
É interessante termos em mente que nem todo Cristão é um evangelista, e isto por si só é um fato inquestionável, mas outro maior ainda, é que mesmo não sendo evangelistas, todos fomos chamados a evangelizar.
Se todos são chamados a evangelizar, fica a pergunta: “O que ocorre quando um ministério como o evangelismo parece morrer?” Ora, o corpo é de Cristo, ele não o deixará,..., parece impossível, mas o próprio corpo reage à ferida aberta. O corpo promove sua própria cura.
É bem verdade que o processo, pelo qual a cura é realizar continua a ser um mistério, é uma ação e intervenção divina. A forma ou meios empregados e a velocidade da cicatrização nos são incógnitas, mas todas elas expressam uma verdade, algo atuou no corpo. Algo acionou o mecanismo de autodefesa que fez com que o corpo reagisse produzindo os meios necessários a sua preservação.
Ora, o que ocorrerá se não houver mais evangelistas a evangelizar? Ora,..., os pastores iram peregrinar! Mas e se estes não desejarem? Os missionários irão participar! Mas se estes optarem por não seguir? Sairá o profeta a conclamar! Sim, é certo que sim! Mas e se nem este ao menos se tocar, o que esperar?
Eu esperarei pelo improvável! O Teólogo! O Mestre!
Aquele homem que mergulhou nas fontes do saber, buscando conhecimento e a quem conhecer para poder ensinar o povo o reto saber, não deixando duvidas para ninguém perecer.
Sim, este homem que antes mergulhava nas profundezas voltando à superfície sempre a ensinar,
Desta vez, quando retoma a superfície não encontra ninguém com quem compartilhar.
Sem ter a quem ensinar, vê o corpo adoecer.
É hora de largar os livros e calçar as sandálias. Se algo tão importante quanto o evangelista se perdeu, é hora do mestre cingir-se de verdade e ensinar a importância do evangelista para sua Igreja.
Num ato de fé e profunda perplexidade, resolve vestir e se armar.
É bem verdade que os anos de estudo lhes enferrujaram as juntas evangelísticas. Anda desajeitado pelos anos debruçados sobre os livros, lhe falta à agilidade inerente ao evangelista, mas uma coisa não lhe sai da mente, mas do que a de qualquer outro. Segue, crê, persiste!
Talvez, nenhum outro ministério entenda tão bem quanto o ministério exercito por aquele que tem o Dom de Mestre, que uma Igreja sem evangelistas está condenada a morte, ela e todos seus ministérios, um a um.
O próprio mestre vê seu ministério perecer. Paremos para pensar:
Se o homem com Dom de Mestre deixou de alertar que o evangelismo é importante e passou a executar...
Se o homem com Dom de Mestre não vê mais seu próprio ministério como essencial, antes reportasse ao evangelismo como pedra fundamental...
Se o homem com Dom de Mestre já não tem prazer em “teologar”, antes olha a sua volta e em seus ossos ardem o desejo de evangelizar...
Se o homem com Dom de Mestre foge de sua natural propensão de tudo teorizar, é bem provável que estejamos vivendo dias maus, onde o amor de muitos esfriou a ponto de esquecerem que a primeira ordem a nos ser dada foi evangelizar.

Sinceramente, gostaria que não estivéssemos vivendo dias como esses, mas, infelizmente, estamos. Mas a pergunta não se calou nem quer se calar. Onde está o evangelista? Ou ainda, em sua falta, onde estão aqueles que foram salvos e determinados a evangelizar?

Para pense e reflita: Como está o minsitério evangelístico na sua cidade?

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