Período das Igrejas
Éfeso
No princípio...
Éfeso era a cidade mais importante da província romana de Ásia. Situava-se perto do mar Egeu. Duas estradas importantes cruzaram em Éfeso, uma seguindo a costa e a outra continuando para o interior, passando por Laodicéia. Assim, Éfeso teve uma localização importantíssima de contato entre os dois lados do império romano (a Europa e a Ásia). Era uma cidade livre e recebeu o apelido de "Luz da Ásia". Historiadores geralmente calculam a população da cidade no primeiro século entre 250.000 e 500.000. Éfeso era conhecida, também, como o foco de adoração da deusa da fertilidade, Ártemis ou Diana. Ainda hoje, encontramos facilmente os vestígios da deusa Diana empregnando nosso século, expressa através da Mulher Maravilha, que tem como identidade secreta Diana. Isto sem contar o marianismo que substituiu o culto a Diana pelo Culto a Maria.
Era a cidade guardiã do templo de Artemis(Diana), considerado uma das setes maravilhas do mundo antigo, O templo de Diana levou quase 200 anos para ficar pronto, possuía 141 metros de comprimento por 73 metros de largura. Suas 127 colunas de mármore atingiam a altura de 19 metros. As colunas ficavam justapostas ao corredor principal, duas a esquerda e duas a direita. Eqüidistantes da asa.
Éfeso era a cidade mais pagã de toda a Ásia. Quando Paulo foi pregar nela pela primeira vez “...todos, a uma voz, gritaram por espaço de quase duas horas: Grande é a Diana dos efésios!”. Existia um ritual completo de adoração a Diana, e aos olhos humanos, impossível de ser quebrado.
Dentro e fora do templo os fiéis se prostavam retendo o fôlego. O véu de seda era lentamente retirado. Sobre o pedestal de mármore negro, cercado de misteriosos hieróglifos indecifráveis, erguia-se a Deusa Diana de Éfeso, que Apolo enviou a Terra. “No momento em que era desvendado, um brado comovido se propagava do salão para o pórtico e do pórtico para a praça, onde milhares de fiéis estavam prostrados com o rosto em terra.
Viva a grande Diana dos Éfesios!
“Um êxtase de esperança e temor dominou a multidão que se quedou de olhos fechados, lábios contraídos e frontes a se tocarem uma nas outras... Levantando-se, então, os fiéis seguiram em atropelamento para as portas do templo. Os cegos, os coxos e os enfermos avançavam como podiam, com os pés ou de ratos. Visto que era impossível avançar de muletas deixavam nas pelo caminho, tudo devido aos atropelamentos constantes. Todos seguiam em direção a deusa que não viam, amparando-se uns aos outros e gritando suas orações. Aqui e ali vozes delirantes soavam:”
- “Milagre! Milagre ! O coxo está caminhando! O enfermo desceu da cama!”
“A esses brados saía do templo um grupo de sacerdotes e, atravessando a multidão, eles reuniam as muletas jogadas fora, que os fieis deixavam pelo caminho não por causa da cura real, mas por causa dos atropelamentos constantes. E penduravam-nas como troféus nas paredes do templo, em homenagem à grande deusa Diana”.
Todo comércio girava em torna da deusa Diana. Os moradores de Éfeso obtinham seus lucros vendendo estátuas da deusa Diana. A sociedade em si estava completamente presa e enraizada a sua deusa. Um povo completamente idólatra. Este foi o contexto no qual o evangelho foi pregado por Paulo em Éfeso.
A cidade mais idólatra do primeiro século rendeu-se ao evangelho pregado por Paulo. No final de sua segunda viagem, Paulo deixou Áqüila e Priscila em Éfeso, onde corrigiram o entendimento incompleto de Apolo sobre o caminho do Senhor (Atos 18:18-26). Na terceira viagem, Paulo voltou para Éfeso, onde pregou a palavra de Deus por três anos na escola de um homem chamado Tirano (Atos 19:1-41; 20:31). Na volta da mesma viagem, passou em Mileto e encontrou-se com os presbíteros de Éfeso (Atos 20:17-38). Durante os anos na prisão, Paulo escreveu a epístola aos efésios. Também deixou Timóteo em Éfeso para edificar os irmãos (1 Timóteo 1:3).
Acredita-se que a igreja em Éfeso tenha sido uma das maiores igrejas do primeiro século. Também é de se esperar que realmente tenha sido, porque foi pastoreada por Paulo, Priscila, Áquila, Timóteo e pelo apóstolo João que fixou residência em Éfeso e pastoreou a Igreja durante muito tempo após a morte de Paulo. Também foi em Éfeso que Maria veio a falecer e ser enterrada.
Quanto aos efésios, sua cidade e sua Igreja, ficam algumas perguntas: Como deixaram tamanha idolatria para seguir a Cristo, entregando-se completamente a Ele? E depois, ..., como esta igreja, a qual foi tão intensamente pastoreada, pode ser chamada à atenção por Cristo pelo fato de ter deixado o primeiro amor? Como não puderam seguir os grandes exemplos deixados pelos apóstolos e por todos os que estavam diretamente com eles? Por que motivos não conseguiram manter acessa a chama do amor dentro de seus corações?
Antes de mais nada, a mensagem de Cristo a Igreja de Éfeso não tem a finalidade de envergonhá-la, mas sim, de exortá-la: “lembra de onde caístes, arrepende-te e volta...”. Esta era a mensagem. Vejamos alguns pontos relevantes:
A Igreja de Éfeso era uma Igreja que praticava as boas obras intensamente do tipo que vemos hoje em dia, assistência social, comunhão, oração, ..., ministérios “mil” surgiam dentro da igreja envolvendo e mantendo o povo unido.
Era uma Igreja trabalhadora. Todos se empenhavam em auxiliar nos cultos e nas reuniões. Assistiam uns aos outros.
Era uma Igreja paciente, que sabia esperar por Deus e por Seus cuidados. Não eram infantis a ponto de DETERMINAR a benção sobre suas vidas, como se pudessem realmente obrigar Deus a fazê-lo. Tinham na paciência uma de suas grandes virtudes. Sabendo que, com o tempo, a paciência leva a experiência e esta produz a esperança, por isso, continuavam praticando o que era agradável a Deus, mesmo quando afligidos. Suportavam todas as coisas com paciência.
Era uma igreja que tinha aversão a tudo o que fosse ma,l se resguardando e praticando o bem em todas as situações.
Era uma igreja fiel a Cristo, que reconhecia muito bem a palavra vinda de Deus e a vinda do homem. Sabiam quando alguém falava em nome próprio advogando pregar a Cristo. Não criam em profetada.
Esta igreja, impregnada de excelentes valores cristãos foi chamada à atenção pelo próprio Senhor por ter abandonado o primeiro amor. Ela abandonou:
- A alegria e verdadeira gratidão pela salvação imerecida deixando de reconhecer o estado deplorável em que se encontrava no passado.
- Não preocupavam-se em salvar os de fora, defender sua fé em Cristo era a coisa mais importante. Aos de fora, era suficiente a assistência social. O amor cristão havia se esfriado...;
Antes o evangelismo ardente impulsionando-os a salvar mais almas e enfrentar quaisquer problemas, mas haviam deixado-o pelo caminho. O exemplo, deixado por Paulo, de esforçar-se ao máximo para salvar almas aos poucos se apagava, bem no meio da Igreja melhor pastoreada do primeiro século.
Tornaram-se um clube fechado, reuniam-se para adquirir mais conhecimento do reino de Deus, mas em seus corações não lhes ardiam o desejo de levar a palavra da salvação aos demais não salvos.
Não havia outra coisa a fazer. Cristo chamou sua Igreja ao arrependimento. – Traga a sua memória o seu relacionamento com Cristo e com os outros antes que sejas absorvida pela batalha contra as pressões desta cidade e das heresias no meio de ti. Perceba o preço pago em seu esforço absolutamente necessário para conservar a ortodoxia e a pureza. Abandone o seu pecado. Reconheça o preço pago em vencer as batalhas. Aceite a responsabilidade pessoal pelo seu fracasso. Confesse seu pecado a Deus e aos seus irmãos. Corrija os caminhos e comprometa-se em redescobrir o seu primeiro amor. A ação deve seguir á reflexão. Comece tratando diferentemente a seu irmão, o de dentro e o de fora. Gaste uma boa qualidade de tempo com Deus. Gaste menos energia defendendo a fé e mais energia celebrando a fé. Restaure os relacionamentos quebrados. Trate das fraquezas. Corrija as brechas.
Mas se insistir neste caminho de ortodoxia sem amor a igreja sofrerá sérias conseqüências(v.5). Não crescerá mais, se tornando introspectiva, rejeitada e irrelevante para a sua cidade e alienada dela e de qualquer cristão que pense de modo diferente. Deus a retirará da face da terra.
3 comentários:
Meus parabens irmão!
Adorei o seu blog, e as informações lá postas, muito interessante!
Que Deus continue te abençoando!
"Existia um ritual completo de adoração a Diana, e aos olhos humanos, impossível de ser quebrado."
E quem são os cristãos para criticar isso? A Bíblia não é a palavra de deus na terra? Vcs nao sao os detentores da verdade absoluta?
Infelizmente, vocês tem o costume de manterem o anonimato...
Ok, ..., então vamos lá, ..., passo a responder suas indagações...
E quem são os cristãos para criticar isso? Bem, se não me falha a memória qualquer um pode exercer a faculdade da crítica, ..., não há necessidade de formação específica para isto... inclusive o dicionário aurélio diz que crítica quer dizer Arte ou faculdade de examinar e/ou julgar as obras do espírito, em particular as de caráter literário ou artístico. Não vejo nada que possa excluir um Cristão de fazer uso da Crítica...
Passemos para a próxima...
A Bíblia não é a palavra de deus na terra? É claro que é, mas aonde quer chegar com esta pergunta retórica...
Vcs nao sao os detentores da verdade absoluta? Graças a Deus, não somos mesmo. A verdade absoluta é um atributo divino. Aliás,Cristo é a verdade absoluta, e nenhum de nós almeja tomar o lugar dEle. Anunciamos a verdade, que por ser absoluta, causa indignação a muitos. Creio que os Cristãos sinceros estão preocupados em falar a verdade sobre a verdade em prol da verdade.
Antes de irar-se sem motivo, que tal ler o Novo Testamento e entender o que proclamamos... Eu seria um daqueles que estaria ávido por explicar a razão da fé que há em mim.
Segue meu email para contato...
ricardoinaciodondoni@ig.com.br
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