segunda-feira, maio 9

Conhecimento! Até onde precisamos dele?

"...como também o nosso amado irmão Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada; como faz também em todas as suas epístolas, nelas falando acerca destas coisas, nas quais há pontos difíceis de entender, que os indoutos e inconstantes torcem, como o fazem também com as outras Escrituras, para sua própria perdição". (2ª Pe 3.15b-16)
Em sua própria época, Pedro já nos alertava sobre pontos difíceis de entender nas próprias Escrituras, que poderiam ser distorcidas, intencionalmente ou não. Tudo isso sempre me preocupou no sentido de que poderiam vir a ser pedras de tropeço do entendimento e revelação de Deus, fazendo-nos ir para a direita quando a direção certa fosse a esquerda, fazendo-nos retornar, quando deveríamos seguir em frente, parar quando a resposta fosse prosseguir. 
Ora, se há pontos difíceis de serem entendidos, devemos direcionar nossos esforços concomitando numa firme e constante disposição para estudar as escrituras, nos aprofundando na comunhão com o Senhor. Mas será que esta é a disposição de 100% da Igreja Cristã? Penso que não. Quantos de nós, realmente, buscamos ao Senhor com tamanho esmero, lendo as escrituras, estudando as passagens que geram dúvidas, ouvindo e anotando as pregações feitas de púlpito, para num segundo momento, confirmar se o que foi dito pelo pregador reflete não só a mensagem contextualizada com a passagem citada, mas também com toda a Escritura? Sejamos francos, poucos...




Não somos conhecidos por sermos ávidos leitores! Talvez, esse seja o motivo pelo qual, as escrituras parecem reverberar as advertências de Cristo de forma tão enfática sem que ninguém considere o fato. A passagem abaixo ressoa dessa forma e traz à tona alguns questionamentos.
 "Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade." (Mt 7.22-23). 
Este que questiona a Cristo parece considerar-se um fiel seguidor do Senhor, afinal de contas, ele se descreve como aquele que profetizou, expulsou demônios e fez maravilhas em nome do Senhor, gastando, dessa forma, sua própria vida em benefício da obra. Portanto, em sua lógica racional é merecedor da coroa da vida, o prêmio da soberana vocação de Deus, em Cristo. Expondo o texto dessa forma, somos levados à seguinte questão: E por que não a recebeu? Se for possível resumir todas conjecturas a uma única, diria que foi por falta de comunhão/intimidade, com aquele que julga seguir, desconhecendo a natureza da missão que lhe foi delegada. Aparentemente, ele não conhece a causa cristã e está cumprindo-a de maneira distorcida.
Se, de fato, não há conhecimento sobre o altíssimo e nem comunhão com ele, fica impossível compreender o que deve ser feito para agradar o Senhor. Novamente, a questão se direciona à dupla falta de conhecimento. Não O conhecemos e nem Sua vontade. Talvez, pudéssemos remediar a situação debruçando-nos sobre as escrituras, pedindo que o Espírito Santo nos auxilie a compreender todas as coisas que ali estão escritas, praticando àquelas que o Espírito nos direcionou a cumprir. No entanto, resta a resistência que persiste em impedir esta geração de meditar sobre os textos sagrados, pelo simples fato de implicar em horas de leitura.
Gostamos dos recursos audiovisuais, amamos o amplo emprego da multimídia, mas relegamos a último plano a leitura, porque ela consome um demasiado tempo de nossos vidas! Numa geração que presa pela rapidez das informações, a leitura é vista de modo depreciativo, sendo considerada, muita das vezes, como a forma mais lenta de se adquirir conhecimento, sendo, por isso, desprezada. 
Atualmente, o Brasil experimenta um aumento de 150% no volume de leitura anual.  Com isso, passamos a ler cerca de 4 livros ao ano (livro secular). A grande maioria destes livros se referem aos "best-seller" desta geração, livros sobre auto-ajuda, vampiros, magos e outros artigos de ficção. Que ninguém se engane, não estamos aumentando o volume literário de livros, espiritualmente, interessantes para a manutenção de nossa salvação (Fp 2.12).
Por fim, a afirmação proferida por Oséias, "O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento. Porquanto rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei..." (Os 4.6), corrobora com o cenário descrito acima, demonstrando que o descaso com o conhecimento gera conseqüências extremamente indesejáveis.
Os três textos acima são pontuais quanto às consequências de negligenciar o conhecimento. São elas: "própria perdição", "apartai-vos de mim" e "te rejeitarei"O que mais deveria estar escrito, nas Bíblia, sobre este assunto, para que venhamos a dar importância às advertências deixadas? Será que alguém está esperando que seu próprio nome e sobrenome sejam citados, nos textos bíblicos, para levá-los a sério? 
Seria bom darmos atenção aos textos, enquanto eles estiverem sendo direcionados a todos, de maneira reflexiva, pois quando formos chamados a presença dEle, a fim de prestarmos conta, será tarde demais para corrigir nossos atos.
Que cada um avalie e pondere sobre os fatos...



1 comentários:

Uma Questão de Perspectiva disse...

Sempre textos relevantes. Lembro de duas postagens que fiz em meu blog:

- Textos difíceis da Bíblia, o que fazer? Onde listo eventuais problemas e dificuldades e o estudante da Palavra de Deus pode enfrentar e algumas estratégias para dribá-las.
- Conhecimento e ignorância - onde comento sobre uma afirmação de James McGrath, professor de Novo Testamento na Butler University.

Fica aqui a dica, caso seus leitores também tenham interesse em ler um pouco mais.

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