quarta-feira, setembro 16

Nem tudo que está no Corpo faz parte do Corpo!

Certo dia, uma amigo abrilhantou-nos com a reflexão que ora é o título desta redação e devo concordar com ele: “Nem tudo que está no corpo faz parte do corpo”.
Quando olhamos para o corpo de Cristo, meu anseio é ver no corpo de Cristo aquilo que o caracteriza ou que, pelo menos, identifica o material que dá liga a todos os membros, “o amor que é o vínculo da perfeição”, formando o corpo que trabalha em prol do crescimento, da maturação e da plenitude da Igreja, até que todos alcancem a estatura perfeita.
Acontece que estamos olhando para a plenitude e chamando de “Corpo” tudo aquilo que adere ao corpo.
Por acaso, um parasita por estar no corpo pode ser considerado parte dele? De maneira nenhuma! Quem já viu um membro do corpo buscar causar a morte de outro membro do mesmo corpo? Pode, por acaso, os membros saudáveis, mutilarem-se até a destruição plena? Acaso, pode a boca impedir a entrada de alimentos no corpo, sem que ela mesma seja prejudicada? E o nariz, ao rebelar-se contra o corpo obstruindo a passagem de ar, poderia infligir dano ao corpo sem que causasse sua própria morte? De maneira alguma! O Corpo não luta contra o corpo!
Os parasitas, as bactérias e os vírus lutam contra o corpo! São eles que agem, diretamente, sobre as partes do corpo mais fragilizadas, transtornando-as ao ponto de alterar suas próprias características, de integrantes do corpo a inimigos dele.
São estes elementos estranhos que modificam e adoecem os membros, tornando-os ineficazes àquilo que foram chamados a fazer.
É interessante lembrarmos que tudo iniciou na ausência do mecanismo de defesa que deixou de trabalhar de forma correta, expurgando os parasitas, as bactérias e os vírus.
Sem defesa, por considerar que tudo que está no corpo faz parte do corpo, os elementos estranhos aderem e passam a comandar, sugestionando os membros a combaterem o próprio corpo de Cristo. As partes, ora tão interligadas, agora pensam independentemente e agem em benefício próprio.
E quando, por sinal, o mecanismo de defesa acorda de seu longo período de hibernação, ele não enxerga mais aquilo como um membro do corpo de Cristo, mas sim, como um elemento estranho ao Corpo. Aliás, os membros contaminados tornaram-se um com a doença e estranhos ao corpo, sendo, veementemente, combatidos à medida que destoam e destroem o próprio corpo.
Na realidade, não temos o corpo lutando contra o corpo, mas sim, algumas partes do corpo sofrendo influência de um organismo estranho, que não está preocupado com a lesão a si e a tudo que lhe cerca!
Curar a doença exige mais zelo e esforço do que simplesmente manter o sistema de defesa funcional, exige uma manutenção constante na superação diária, lutando no constante soar do alerta vermelho, até que possa ser restabelecido a condição salutar na qual um dia permeou apenas aquilo que vinculou todos os membros em uníssono, o amor que é o vínculo da perfeição.
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Postado por Ricardo Inacio Dondoni

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2 comentários:

Laura Pinheiro disse...

nunca tinha pensado por essa linha de raciocinio, gostei, realmente nem tudo que esta no corpo faz parte do corpo, olhando pelo lado espiritual vemos muito disso nas igrejas, pois elas estão lotadas de parasitas!

fique na paz!

Franci23 disse...

Fui entender o texto lendo o comentario da Laura Pinheiro, bom se for pensar dessa maneira em qualquer canto há parasitas, não se resumindo a igrejas!

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