sábado, dezembro 1

Já pensaste que a tua vela não perderá luz ao acender outra?

O título não faz parte de nenhum versículo bíblico, mas a idéia geral muito se enquadra dentro do contexto cristão, ainda mais ao lê-lo dentro do conhecimento e revelação da palavra de Deus que possuímos em nossos dias. Justo no final dos tempos quando cada um deve procurar brilhar mais intensamente aguardando a vinda de Cristo, justo na época em que temos que demonstrar o que é vida cristã, amor fraternal, vida em comunhão, perdão, franqueza, sinceridade, integridade, paciência, benevolência, desprendimento, e todas as demais virtudes que evidenciam uma mudança de vida, acabamos por viver na mediocridade de nosso ser. Parece que em muito tentar buscá-lO, acabamos por perdê-lO! Compare o nosso estilo de vida com aquele evidenciado pelos salvos na época de Cristo e entenderá o que pretendo esclarecer. Os salvos tinham um ardor e um amor pulsante que os impulsionava a viver a plena comunhão e a alegria pela salvação, buscando a cada dia acrescer mais e mais pessoas a sua roda de amigos. Não era um círculo fechado de acesso extremamente restrito como o vemos em nossos dias. Pela própria certeza e convicção que as pessoas tinham da salvação, elas preocupavam-se em buscar o perdido, o aflito e o desesperado para o convívio. Não estou falando de uma salvação mística, em que o pronunciamento de um conjunto de palavras fosse o suficiente para salvar qualquer homem, independente da mudança do mesmo evidenciada pelo arrependimento dos pecados que os guiava e os exortava a uma vida de santidade. Eram pessoas como nós, ocupadas e preocupadas com o mundo de seus dias, contudo não deixaram se contaminar com as coisas que os cercavam e muito menos julgaram alcançar a graça da salvação algo satisfatório para suas vidas. Eles demonstravam a gratidão pela salvação buscando levar luz àqueles que ainda jaziam em trevas, coisa essa que não vemos mais a luz do dia. Eram preocupadas em manutenir a casa na qual se encontravam para celebrar mutuamente a salvação que os tinha alcançado, bem como, trazer mais possoas ao bom convívio. Hoje, não vejo mais pessoas preocupadas em buscar a salvação para os demais. Estamos preocupados demais se estamos ou não salvos. Um preciosismo exacerbado com o “eu”, que nos leva a uma busca constante de conforto e regalias, satisfação de desejos e anseios. Fazemos o que for mais fácil, fazemos o que cansar menos, ou ainda, o que nos tornar mais célebres entre os homens. Esta geração da qual sou parte, não merece elogios, não merece exaltação por andar conforme os ensinamentos de Cristo. Somos a geração da dura cerviz, aquela que no seu auge preferirá ser ferida por todos os tipos de chagas do que converter-se a Cristo. Dentro dessa geração encontraremos os salvos (os quais segundo meu entendimento, arrebatados antes da tribulação) e os não salvos (que verão o tratamento de Deus com os Judeus, para purificação e salvação deles). Quanto aos salvos de nossa época, creio que estes serão salvos como que pelo fogo, não por terem sido exemplos em seu tempo, mas pela profunda misericórdia com a qual Deus aprouver salvar uns poucos. Pois tendo as nossas velas acessas preferimos apontar para a vela do próximo acusando-o de ter a sua apagada, do que num simples ato de amor, acender a vela alheia com a sua própria.
Ricardo Inácio Dondoni
“Nenhuma pessoa foi jamais honrada por algo que recebeu. A honra foi a recompensa por algo que deu”.
- Calvin Coolidge, presidente americano

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