Após se apresentar, Judas expõe o motivo de sua carta, “Amados, quando empregava toda a diligência em escrever-vos acerca da nossa comum salvação, foi que me senti obrigado a corresponder-me convosco, exortando-vos a batalhardes, diligentemente, pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos. Pois certos indivíduos se introduziram com dissimulação, os quais, desde muito, foram antecipadamente pronunciados para esta condenação, homens ímpios, que transformam em libertinagem a graça de nosso Deus e negam o nosso único Soberano e Senhor, Jesus Cristo”. A carta de Judas tem uma singularidade única entre todas as demais. Seu autor não tencionava escrevê-la da forma como foi redigida. O objetivo de Judas era apenas escrever a seus irmãos em Cristo sobre a comum salvação em Jesus de Nazaré, o Messias.
Enquanto seu próprio desejo o conduzia a partilhar uma mensagem animadora capaz de restaurar e fortificar aqueles que estivessem passando pelo vale da sombra da morte, o Espírito Santo não somente o impedia de escrevê-la, mas também, o impelia a escrever uma das mensagens mais ríspidas do Novo Testamento, demonstrando o que já sabemos de antemão, “...que nenhuma profecia da Escritura provém de particular elucidação; porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens [santos] falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo”. Sem dúvida, a epístola de Judas foi totalmente conduzida pela ação do Espírito Santo, que demonstrava extrema preocupação com a apostasia daqueles, que professavam seguir a Cristo.
É possível que a apostasia descrita por Judas encontre no presente século sua melhor descrição e em nossos dias a sirene esteja tocando de forma mais intensa e ressonante do que em anos anteriores.
Fala-se muito sobre cristianismo, mas tão pouco sobre Jesus Cristo, arrebatamento, reino de Deus, a natureza do pecado e a oportunidade de salvação através do arrependimento sincero.
Qualquer homem sincero pode identificar os sinais da apostasia já no presente século: Os seminários alemães consideram os primeiros cinco livros da Bíblia e todas as profecias não cumpridas como material não cristão, mito, lenda, ficção narrada a partir de situações improváveis e, por isso, indigno de crédito. A conseqüência é que o referido seminário dentre as universidades alemães possui o maior índice de suicídios. O seminário de Jesus na Califórnia, de influência mundial, mantém um grupo de estudiosos que examinam os textos bíblicos e decidem o que é “autêntico” e o que “não é autêntico”. Todos seus membros recebem bolinhas coloridas nas cores vermelho, rosa, cinza e preto; elas significam, respectivamente, “assim fala Jesus”, “soa como se fosse de Jesus”, “talvez” e “isso deve ser um erro”. Pois bem, os milagres incluindo a ressurreição de Jesus não receberam nada diferente de bolas pretas, ou seja, “isso deve ser um erro”. Aliás tudo o que se referia as profecias cumpridas por Cristo, o identificando como o Messias escolhido também recebeu inúmeras bolinhas pretas.
Inúmeras igrejas e denominações, abstendo-se do posicionamento bíblico com relação ao homossexualismo, estão realizando casamentos homossexuais, ordenando bispos e bispas ativas e passivas, ignorando as palavras das escrituras em prol de um falso amor que é incapaz de salvar a menor das almas, segundo o que as próprias escrituras afirmam sobre o fato (É questão de fundamento de fé e não de preconceito).
Enquanto as escrituras afirmam, expressamente, que não devemos nos moldar ao presente século, esta é a única coisa na qual a Igreja está empenhada em alcançar.
Nunca na história, o homem esteve tão preocupado com o seu próprio bem estar em detrimento de seu próximo. A conseqüência tem sido um povo doente envolvido em inúmeros processos terapêuticos na ânsia de suprir seus próprios desejos.
A mensagem cristã deixou seu foco e objetivo, pregar o “Cristo crucificado, escândalo para os judeus, loucura para os gentios”; para anunciar oportunidade de lucros, prosperidade, vigor físico, saúde, restauração espiritual, quebra de maldições, alheando-se as técnicas de hipnose, mantras, pensamento positivo e da possibilidade.
Enquanto o catolicismo romano fez uso de datas festivas pagãs para se expandir, o protestantismo atual está se apropriando dos mantras hindus, da espiritualidade xintoísta, da cultura afro, das práticas espíritas, da tradição romana acerca das indulgências, do show business americano, do capitalismo selvagem e da psicologização da pregação em detrimento do estudo bíblico.
Uma vez lido este texto, lhe convido a ler, novamente, o terceiro e quarto versículo de Judas! Veja como que apenas uma pequenina porção de exemplos é suficiente para nos enquadrar naquela que é a Epístola que anseia em acionar o freio de mão de um trem, que optou por seguir o trilho errado, indo rumo ao despenhadeiro. A carta de Judas perfaz o último alerta antes que o cálice da ira transborde, ocorra o arrebatamento e se desencadeie a última semana de Daniel, o período tribulacional.
Postado por Ricardo Inacio Dondoni