“e a anjos, os que não guardaram o seu estado original, mas abandonaram o seu próprio domicílio, ele tem guardado sob trevas, em algemas eternas, para o juízo do grande Dia;”
Sendo esta a carta escrita na intenção de fazer retornar a Cristo todos aqueles que iniciavam o processo de declínio da fé, seu tom apocalíptico só reforça a iminência de sua mensagem.
O sexto versículo de sua Epístola trás a tona nuanças do que o autor anseia revelar, tais como, a soberania divina, o propósito eterno da criação, o julgamento divino e Sua fidelidade.
Judas inicia o padrão do julgamento divino levando em consideração os seres os quais todos os homens temiam. Segundo o conhecimento judaico, os anjos eram mensageiros de Deus e executores do juízo divino. O aparecimento de qualquer um deles era sinônimo de julgamento certo e imediato. Justamente por esse motivo, todos os personagens bíblicos desfaleciam perante eles.
Para entendermos o posicionamento de Judas, precisamos iniciar pelos aspectos básicos de sua argumentação que se resumem a “guardar o estado original e não abandonar seu próprio domicílio”.
Assim como qualquer outro ser criado, os anjos também estavam debaixo das ordenanças divinas e deveriam cumprir com os propósitos específicos para os quais foram criados.
Assim como João Batista disse que os soldados romanos deveriam se contentar com o soldo que recebiam, os anjos deveriam se contentar com o propósito estabelecido a eles. No entanto, o versículo revela que alguns deles abandonaram o seu próprio domicílio, sua própria morada.
Várias interpretações são possíveis, mas a maioria gira em torno do abandono da sua morada celestial para habitarem outra para a qual não haviam sido destinados. Há quem diga que ao abandonar seu próprio domicílio, está implícito, no texto, que passaram a ocupar um outro domicílio, uma residência para a qual não haviam sido destinados, dando início ao que chamamos de possessão demoníaca.
Tais argumentações encontram nas passagens relacionadas ao gadareno possesso, a manada de porcos e nos relatos de Gn 6.1-2,4 o apoio para explicar a terrível transgressão pela qual foram sentenciados, aguardando o Dia do Juízo, sabedores do que lhes aguarda.
As palavras de Judas são claras! O mesmo que ocorreu aos anjos no princípio da criação, nos últimos dias acontecerá aos homens numa escala nunca antes vista. As pessoas deixarão o seu “modo natural”, isto é, desprezarão a ordem natural da criação, impelidos a viver paixões infames, dando-se a toda forma de relacionamento para o qual não foram criados, como se estivessem absortos, envolvidos, manipulados e impelidos por demônios que perverteram e continuam a perverter a ordem natural das coisas.
Um rápido panorama das coisas que nos cercam enfocam a atualidade das palavras de Judas.
Sites ensinam a trair em poucas lições!
Filmes que eram censurados aos menores de 18 anos já não são censurados.
No horário em que toda família está acordada e reunida em casa, a televisão tem veiculado aquilo que nossos avós considerariam a destruição dos valores morais e éticos que vinculam a família como instituição.
A ordem natural dos valores morais está sendo alterada bem adiante de nossos olhos, conforme predito para os últimos dias e aludido por Judas.
Diante dos fatos narrados, só nos resta a pergunta que Siegfried Schlieter fez:
“Naturalmente surge uma questão: será que o cristianismo atual ainda tem a mínima expectativa de que Jesus de fato voltará como juiz mundial, o que a Bíblia descreve como o acontecimento mais revolucionário e espetacular da História? Ele ainda leva a palavra do seu Senhor suficientemente a sério para anunciá-la como advertência e esperança de nova vida para o mundo atual?”.
Postado por Ricardo Inacio Dondoni
3 comentários:
Os apontamentos são pertinentes e edificadores. Porém, para se guardar uma posição é preciso que se saiba onde se está; em outras palavras:Para que o povo de Deus se guarde, é preciso que ele saiba quem é. Será que nós o sabemos? Paz.
Tenho a mesma impressão!
A nossa maior dificuldade hoje é cjegar no púlpito e pregar esta mensagem! Vamos com toda confiança que esta é a vontade de Deus, porém sabemos que pode ser nossa última vez naquele púlpito que visitamos, pois as pessoas não querem ouvir isto, querem respostas instantâneas para seus problemas. Mas precisamos pregar isto!
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