“Pelo que diz: Desperta, ó tu que dormes, levanta-te de entre os mortos, e Cristo te iluminará.”
Ef 5.14
Existem avisos que são capazes de fazer as bases do mais resoluto combatente bambear, a ponto deste parar, momentaneamente, a ação que praticava e, por um breve momento, por-se a avaliar seus caminhos e sua conduta perante o aviso recebido, antes de dar o próximo e, por muitas das vezes, decisivo passo.
Este versículo, sem dúvida, quando lido na presença dos cidadãos de Éfeso, produziu a mais contundente advertência àquelas pessoas, tendo em vista, o sentido usual das palavras empregadas no contexto histórico.
Antes de mais nada, cabe salientar a questão envolvida no verbo dormir, que no original refere-se a uma ação que já aconteceu, no entanto, teve seu início num momento passado impreciso e se estende até um momento indeterminado, indicando que a natureza da mensagem tinha seu cumprimento local, no entanto, estendia-se a todas as demais gerações que viessem a ouvi-la.
A palavra é dirigida aos membros da Igreja que em algum momento ao longo da caminhada adormeceram, deixando de viver segundo o proceder e o modo esperado pelos santos, passando ao estado de indiferença com a própria salvação.
Você já viu o velho jargão, “Faça o que digo, não faça o que faço”? Cairia como uma luva para exemplificar uma das possíveis interpretações a respeito da questão. Não adianta pregar o correto, ..., deve-se primar por seguir o caminho certo, deve-se viver em conformidade com o que se crê. Alias, “...bem-aventurado é aquele que não se condena naquilo que aprova...”, por ventura os homens considerados santos, retos, íntegros, amigos de Deus, segundo o coração do Senhor, foram homem que despertaram, fugiram da aparência do mal, buscaram não cair no mesmo pecado pela segunda vez, ..., lutaram e batalharam ferozmente contra a própria natureza contrária a Deus e se após a batalha, de alguma forma, não alcançaram o intento proposto, de cumprir o propósito resoluto em seus corações de se manterem fiel ao Senhor, ..., resignado, voltaram ao ponto de partida, ao princípio de todas as coisas, ao próprio Deus, buscando perdão, misericórdia, compaixão e auxílio, confessando suas próprias mazelas e pecados, para mais uma vez, levantarem-se nEle, em busca da estatura do varão perfeito, rumo a santidade.
O versículo imprime tanto a advertência que espasma o medo mortal, quanto o alívio regenerador e reconciliador no Senhor, marcado indelevelmente pelo verbo iluminar.
O verbo só é encontrado uma única vez do início ao fim das escrituras e, por isso, faz-se, ainda, mais importante entender o emprego de tão singular expressão. Seu sentido está relacionado com a capacidade de fazer bilhar. O apóstolo Paulo faz uso do verbo, indicando que o Senhor Jesus Cristo tem a capacidade de iluminar, ou seja, fazer brilhar, derramar sobre nós a verdade divina, capaz de esclarecer os homens da ignorância dos caminhos trilhados como que os despertando de um profundo sono, da mesma forma que o sol do amanhecer é capaz de acordar os homens após uma noite de sono.
Tendo em vista, nosso próprio conhecimento prévio da palavra, ao lermos este texto, ficamos tencionados a crer que o próprio agente que clama nesta passagem é o Espírito Santo, pois Ele é quem convence o homem do pecado, da justiça e do juízo, sendo o responsável por nos guiar a toda a verdade; porque não fala por si mesmo, ..., Ele glorifica o Senhor, porque recebeu do que é dEle e vo-lo há de anunciar. Sendo assim, é imperativo que ao ouvirmos a voz do Espírito conclamando-nos a despertar, a retornar ao bom caminho proposto, que o façamos imediatamente, tendo em vista o próprio complemento da advertência, encontrado no versículo 16, “porque os dias são maus” e muitos, tanto dentro quanto fora do Corpo de Cristo, já chamam o mal por bem.
Resta apenas a pergunta: “Num mundo onde o mal está sendo chamado de bem, se ouvirmos a voz, ..., teremos discernimento suficiente para entender e compreender o que o Espírito Santo está nos falando?”
É justamente por isso que as escrituras, atentamente, enfatizam “... não vos conformeis com este século...” (Rm 12.2)
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Postado por Ricardo Inacio Dondoni
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