“Estes homens são como rochas submersas, em vossas festas de fraternidade, banqueteando-se juntos sem qualquer recato, pastores que a si mesmos se apascentam; nuvens sem água impelidas pelos ventos; árvores em plena estação dos frutos, destes desprovidas, duplamente mortas, desarraigadas; ondas bravias do mar, que espumam as suas próprias sujidades; estrelas errantes, para as quais tem sido guardada a negridão das trevas, para sempre.” (Jd 1.12-13)
Pelo teor de sua carta, podemos considerar que Judas não era um homem que perdia tempo medindo suas palavras a fim de não ferir sentimentos alheios. O que tinha que ser dito, era dito e isto tudo no melhor estilo do “doa a quem doer”.
Há pouco tempo atrás, o próprio Jesus, caminhando sobre a terra, falou, enfaticamente, contra a figueira estéril amaldiçoando-a.
As palavras de Judas intentavam revolver o mais profundo recôndito do coração daqueles cristãos.
Eram como árvores em plena estação dos frutos, mas deles desprovidos.
Quantos, em nossos dias, não estão assim? Com aparência de santidade, mas dela desprovida.
Andam como santos, mas nunca produziram um fruto sequer característico daqueles que, verdadeiramente, são cristãos.
Homens que partilham do alimento dominical, mas sequer esboçam o fruto do Espírito.
Duplamente mortas! Mortos espiritualmente aguardando o destino daqueles que não aceitaram a redenção em Cristo, a morte eterna.
Outro interessante ponto levantado na carta, refere-se a ausência das raízes.
Quem primeiro fez o alerta sobre plantas que não possuíam raízes foi o próprio Messias, quando ministrava acerta dos quatro tipos de solo, sendo que em um deles a falta das raízes causou a morte. “O que foi semeado em solo rochoso, esse é o que ouve a palavra e a recebe logo, com alegria; mas não tem raiz em si mesmo, sendo, antes, de pouca duração; em lhe chegando a angústia ou a perseguição por causa da palavra, logo se escandaliza” (Mt 13.20-21).
Mais uma vez, Judas prioriza a salvação em detrimento do tapinha nos ombros. Quando alerta sobre a sujidade que andam a espumar, ele deixa claro que estes homens não conseguem proceder de forma contrária, disfarçando suas imundícies, simplesmente, porque não possuem nada em si que possa fazê-los andar em novidade de vida, segundo um padrão mais elevado do que o de sua própria sociedade.
São como estrelas errantes. Estão em posição de destaque, mas todos aqueles que olham para estas estrelas, buscando aferir uma direção correta, não conseguem chegar ao destino final proposto.
Vale lembrar que qualquer exímio orientador sabe que estrelas errantes e cometas passageiros não fornecem orientação segura e correta; eles conduzem ao erro e, neste caso, a perdição total. Portanto, Judas enfaticamente alerta: "Cuidado! Sua orientação cristã é baseada em quem?"
Somente o Espírito Santo é capaz de enraizar-nos em Cristo, tornando-nos árvores frutíferas, puras, capazes de socorrer o aflito e abatido de coração, dando alívio ao necessitado e conforto ao carente, provendo o necessário para sustentar a caminhada.
Diante deste quadro pintado por Judas, só nos cabe pedir a Deus por misericórdia e direção correta, confiando em Sua palavra, esperando que se cumpra em nós a Sua vontade, pois sabemos que aquele que começou a boa obra em nossas vidas é fiel...
Quanto a nós, vale a pena ressaltar de outra forma o apelo de Judas: - Que estejamos verdadeiramente enxertados na figueira produzindo frutos e não fiquemos na semelhança de quem está enxertado.
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